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Um homem de 26 anos, residente de Chaval, no Ceará, é o segundo caso de raiva humana confirmado neste ano no Brasil. Desde 1.º de setembro, ele está internado em Fortaleza com sintomas da doença, que incluem febre, excesso de saliva e alucinações. O rapaz, que foi infectado por sua cadela em maio, recebe o mesmo tratamento que em 2008 salvou a vida de Mariano Me­­nezes da Silva, de Recife, único sobrevivente da doença no Brasil e um dos três no mundo.

Em 2010, a primeira ocorrência de raiva humana foi registrada no Rio Grande do Norte, com um paciente mordido por morcego. A raiva é uma encefalite viral aguda transmitida pela saliva de mamíferos infectados, principalmente por meio de mordidas. A Organização Mundial da Saúde estima que 55 mil pessoas morram por ano em decorrência da doença, letal em mamíferos. Cerca de 95% das fatalidades acontecem na Ásia e na África.

Em Chaval, parentes, vizinhos e amigos do rapaz contaminado estão sendo vacinados preventivamente. A lista de 200 pessoas soma também moradores que tenham sofrido mordidas, lambidas ou arranhões de cães, gatos, macacos ou morcegos. O Minis­tério da Saúde afirma, em nota, que o caso do Ceará reforça a necessidade do programa de vacinação de cães e gatos, realizado atualmente em 18 estados. Em São Paulo, a campanha se encontra suspensa desde 19 de agosto, devido a uma investigação para apurar a morte de cães e gatos.

No Paraná, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), a vacinação ocorre nas regionais de Foz do Iguaçu e Toledo, onde houve o último caso de raiva canina, com transmissão canina, em 2002. No total, já foram vacinados na campanha 104.139 cães e 14.562 gatos.

Fora de circulação

"A circulação da doença está controlada no Paraná", afirma Gi­­sélia Rubio, Chefe da Divisão de Zoonoses da secretaria. O último caso de contaminação por raiva em humanos com transmissão canina no estado data de 1977. Dez anos depois, a raiva humana com transmissão por morcegos fez sua última vítima na região de Curitiba. O caso ocorreu em Rio Branco do Sul quando uma criança separou a briga entre seu gato e um morcego.

"Quem tem animal, seja cão ou gato, deve ter a posse responsável e cuidar dele, dando anualmente a vacina antirrábica", diz. No estado, a média anual de atendimentos de agressão por animais é de 30 mil. Segundo Gisélia, pessoas agredidas por qualquer cão, gato ou animal silvestre devem procurar tratamento imediato, lavar as feridas com água e sabão e seguir à risca o tratamento recomendado.

Sob investigação

Desde a primeira semana de junho, 79 mortes de animais foram notificadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, com reações adversas até 72 horas após a vacinação antirrábica. São Paulo registrou seis mortes por choque anafilático e 567 reações adversas, 38% consideradas graves. O governo paulista suspendeu a vacinação como medida preventiva até que um laudo com a causa da morte dos animais fique pronto, o que deve ocorrer em 15 dias. Os outros estados não suspenderam a campanha.

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