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Atos de vandalismos no cemitério da Igreja Matriz de Colombo, na região metropolitana de Curitiba (RMC), podem ter ligações com rituais de magia negra. A suspeita é da Polícia Civil, que apura diversas ações de depredação ocorridas em sepulturas da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Segundo investigações da delegacia local, um estudante de arquitetura da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que é dirigente do centro acadêmico, é o principal suspeito de invadir o cemitério.

O cemitério de Colombo foi depredado cinco vezes nos últimos cinco anos, sempre à noite. Há um mês e meio, os vândalos entraram pela última vez e quebraram quatro túmulos, cruzes e anjos, além de arrombar a capela mortuária. Uma estátua de Jesus Cristo foi danificada e uma bíblia queimada. Após arrombar a capela, os invasores furtaram outras bíblias, livros da sacristia, cálices, batinas, entre outros objetos sacros, levando o material para um túmulo, onde ocorreu o ritual com o uso de velas pretas, pólvora e vinho. Diante do fato, o padre Marcos Leite Azevedo, responsável pela matriz, procurou a Delegacia de Colombo.

A investigação levou ao estudante Ormy Leocádio Hutner Júnior, que por ironia do destino trabalha com restauração de igrejas. O seu nome foi descoberto graças à quebra de sigilo bancário, autorizada pela Justiça. A pista foi uma sacola com duas garrafas abertas de vinho encontrada no interior do cemitério. Dentro da sacola havia um cupom fiscal que comprova que os vinhos foram pagos com o cartão de crédito do estudante.

A partir dessa informação, a polícia solicitou ordem judicial para fazer busca e apreensão na residência do estudante, numa chácara no município de Piraquara, também na RMC. Lá foram recolhidos supostos objetos de adoração satânica, além de um recorte de jornal sobre vandalismo em cemitério e uma foto dele no cemitério de Piraquara. Hutner Júnior foi indiciado pela polícia por furto qualificado e desrespeito a culto ou ato religioso.

Segundo relatório da Paróquia de Colombo, a residência do estudante era um "templo satânico" e tinha uma espécie de crucifixo, mas com o diabo na cruz, além de duas espadas, um machado medieval e um quadro com uma mulher diabólica. Foram achados ainda objetos supostamente usados em rituais, como capas pretas, punhais, pedras, cristais, salitre, chás, entre outros. O padre foi procurado pela reportagem, mas não quis se manifestar sobre o assunto.

Terceirização

A Mitra da Arquidiocese de Curitiba informou que está acompanhando as investigações e tem orientado as paróquias com cemitérios para que ampliem a segurança. A Paróquia da Santa Cândida, em Curitiba, chegou a terceirizar a administração do cemitério. "Antes, uma vez por semana havia violação de túmulos e furto de placas de bronze. A nossa maior preocupação é com o pessoal da magia negra", disse o pároco da igreja, padre Gilson Camargo.

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