Cemitérios, como Jardim da Saudade, tiveram as visitas divididas entre os dias de sábado, domingo e segunda| Foto: Aniele Nascimento - Agência de Notícias Gazeta do Povo

O tempo bom aumentou o número de visitantes nos 20 cemitérios de Curitiba ao longo de todo o feriado de Finados. Ao todo, mais de 400 mil visitas aconteceram desde sábado até esta segunda-feira, dia 02. Somente nos quatro cemitérios municipais, a prefeitura de Curitiba registrou mais de 100 mil pessoas. O movimento maior foi registrado nesta segunda, mas devido ao tempo bom, com sol e calor, cresceu a quantidade de pessoas que visitaram os jazigos também no fim de semana. Algumas floricultas terminaram o dia de Finados sem flores em virtude da grande procura, um aumento, em média de 20%, nas lojas próximas aos cemitérios.

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A administração dos dois cemitérios Jardim da Saudade informou que o número de visitantes foi divido ao longo do fim de semana. Em média, foram 16 mil pessoas no sábado e no domingo e outras 20 mil hoje. Mesmo assim, muito mais gente foi ao local em relação ao ano passado. "O tempo ajudou bastante", disse o diretor dos cemitérios Andrei Matzenbachen.

Em outro cemitério particular, o Memorial da Vida, o gerente comercial, Erielson Apolinário, confirmou que algumas pessoas adiantaram a visita ao túmulo de familiares e amigos. "Teve gente que aproveitou para vir no sábado ou no domingo para viajar", falou.

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O diretor de Serviços Especiais da Secretaria do Meio Ambiente, Augusto Canto Neto, relatou que os cemitérios municipais também receberam mais visitas do que no feriado de Finados do ano passado, que teve chuva. Ele explicou ainda que funcionou bem o sistema informatizado, inaugurado neste ano no cemitério do Boqueirão. Através dele, era possível aos visitantes localizar o jazigo dos familiares a partir de um nome.

Canto Neto promete que o sistema de localização estará disponível nos outros três cemitérios municipais até o Dia de Finados do ano que vem, com possibilidade de fazer as consultas em casa pela internet. "Vamos precisar melhorar ainda a identificação de ruas (nos cemitérios) para facilitar a localização", comenta.

Comércio

O maior número de pessoas nos cemitérios acabou com o estoque de flores de algumas floriculturas. Já no meio da tarde havia comerciantes sem produtos. Deodete Ferreira da Silva, dona de uma floricultura ao lado de Cemitério Municipal, resaltou que neste ano vendeu mais de 200 caixas de flores (equivalente a mil maços), o dobro do ano passado. "Um sol desses só tivemos em 2002, quando batemos o recorde (de vendas)", explicou. Segundo ela, naquele ano foram mais de 300 caixas de flores comercializadas. Antônio Domingues, com duas bancas de flores no cemitério Água Verde, comprou mais produtos do que em 2008, mas não quis apostar alto para não perder dinheiro. Porém, o estoque acabou. "É melhor faltar do que sobrar. Depois não tem saída", afirmou.

Peregrinação

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Para muitas famílias, o feriado foi uma espécie de "peregrinação". A dona de casa Roseli Parolin foi pela manhã ao cemitério Água Verde para visitar o túmulo do sogro e da sogra. Em seguida, foi ao Jardim da Saudade, onde está enterrada a mãe. "Venho rezar e lembrar da pessoa", comenta.

Porém, para outras pessoas, o feriado de Finados não faz muita diferença. A aposentada Zulmira Born Rocha vai ao túmulo do filho, morto em um acidente de carro há 16 anos, todos os meses, acompanhada do marido. "Por mim, eu vinha toda semana", diz.

O arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom Moacir Vitti, lembrou que o Dia de Finados é o momento de reflexão sobre a morte. Pouco antes de realizar a missa na praça Sagrado Coração de Jesus, em frente ao cemitério Àgua Verde, ele disse acreditar que as pessoas tem tratado a perda de familiares e amigos de forma mais serena. "É uma nova maneira de encarar a morte, que não é destruição, mas uma vida nova".