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Sem resposta

A Urbs ainda não se manifestou especificamente sobre os impactos da decisão do Tribunal de Contas. Na última quinta, a administração municipal disse que a tarifa técnica e a paga pelo usuário, a serem definidas no fim de fevereiro, levarão em consideração as decisões do Tribunal, mas também eventuais manifestações judiciais. Isso porque, tanto ela quanto as empresas de ônibus ainda podem recorrer da medida no próprio Tribunal ou na justiça.

O valor pago pelo usuário de ônibus de Curitiba poderá baixar se o reajuste da tarifa técnica, previsto para ocorrer neste mês, for inferior à redução de R$ 0,43 imposta pelo Tribunal de Contas do Estado Paraná (TCEPR). A média de aumento dos últimos anos mostra que o cenário é possível.

INFOGRÁFICO: Confira a evolução dos percentuais de reajuste na tarifa

De acordo com dados da Urbanização de Curitiba (Urbs), nos últimos cinco anos o aumento médio da tarifa real e da tarifa técnica foram de 8,68 % e 7,45 %, respectivamente. A queda determinada pelo TCEPR foi de 14,33% – de R$ 2,9994 para R$ 2,5694 – valor hoje inferior ao cobrado dos usuários (R$ 2,70).

Como a Gazeta do Povo mostrou na reportagem de sábado, o tribunal se baseou em um valor errado da tarifa técnica para determinar a redução. Atualmente, a remuneração paga para as empresas é de R$ 2,9353 por passageiro, índice reajustado em novembro.

Nesses cinco anos, apenas no reajuste de 2008 para 2009 os percentuais foram superiores ao aplicado pelo Tribunal (respectivamente, 15,79 % e 14,45% para as tarifas real e técnica).

No ano passado, o reajuste das tarifas técnica e real passou a valer em 14 de março. Neste ano, de acordo com a prefeitura de Curitiba, ele deve ocorrer até o final deste mês. O contrato de concessão, por sua vez, determina que o reajuste ocorra sempre no dia 26 de fevereiro.

Essa data nem sempre é cumprida porque este também é o mês da database dos motoristas e cobradores de ônibus da cidade. O reajuste concedido aos trabalhadores impacta bastante na conta da tarifa técnica.

Mesmo contando com o reajuste salarial da categoria, é improvável que um simples aumento na tarifa técnica supere o porcentual de queda da liminar cautelar do TCEPR. Em 2012 e 2013, por exemplo, os reajustes da tarifa técnica acabaram, respectivamente, em 12,11% e 4,18%. Nesses dois anos, os motoristas tiveram 10,5% de reajuste – com ganhos reais que superaram a casa dos 3 % – os maiores desde 1999.

"Complicado"

De qualquer modo, Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba (Sindimoc), vê um possível impacto na decisão de mexer no cofre dos empresários para a negociação salarial da categoria. "Já estava bem complicada a negociação, com os empresários alegando dificuldade. Com essa redução, fica ainda mais e não podemos pensar em não termos uma recomposição salarial", argumenta.

Empresários do setor preferiram não se manifestar sobre o assunto. Procurado pela reportagem, Gelson Forlin, diretor-operacional do grupo do grupo Gulin – responsável pelo Consórcio Pontual – disse que as empresas não se manifestariam isoladamente e que qualquer comunicado aconteceria apenas após a decisão do corpo jurídico do Setransp, sindicato patronal dos consórcios, que também ainda não apontou qual medida adotará.

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