São Paulo (Das agências) As centrais sindicais de trabalhadores do país iniciaram ontem campanha pela correção de 16,67% dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo. O primeiro ato foi a realização de uma manifestação no centro de São Paulo, com a participação de cerca de mil aposentados. "Vamos abrir uma guerra contra o governo nesta questão das aposentadorias. Será um movimento igual ao desencadeado durante o governo Collor, de reajuste de 147% de correção das aposentadorias", ameaça o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, referindo-se à disputa travada em 1992 entre o governo de Fernando Collor de Mello e os aposentados.
Reivindicação
Cerca de 8 milhões de brasileiros recebem aposentadorias e pensões do INSS acima do mínimo, segundo as centrais. Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Social Democracia Sindical (SDS), Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) reivindicam do Ministério da Previdência a extensão do ganho real concedido ao mínimo, cerca de 13%, para todos os aposentados e pensionistas do país. O governo, de outra parte, oferece uma correção de 4% a 4,5%.
O presidente da Força admite que o aumento exigido pelos sindicalistas, se aplicado, aprofundará o déficit previdenciário do país, projetado para ficar entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, neste ano. Paulinho alega que o governo tem espaço para conter parte do déficit caso avance no combate às fraudes de pagamentos e, principalmente, aperte o cerco a devedores.
"O governo não fez direito nem o recadastramento dos aposentados para combater as fraudes. Aliás, está gastando mais do que devia com os bancos, porque os sindicatos se propuseram a recadastrar os aposentados ao custo unitário de R$ 2, enquanto os bancos cobram R$ 17", argumenta.
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