Foram necessários sete anos e nove meses para que o projeto de tombamento do Centro Cívico, em Curitiba, saísse do papel. Ontem, o Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, da Secretaria de Estado da Cultura, aprovou tombar o conjunto urbano e arquitetônico da região. Ficam protegidos os edifícios do eixo central da Avenida Cândido de Abreu, incluindo a Praça 19 de Dezembro (do Homem Nú) e o Colégio Estadual Tiradentes. A área passa pela prefeitura, Tribunais de Justiça, de Contas e do Júri, até o Palácio Iguaçu e o Museu Oscar Niemeyer (MON). A Praça Nossa Senhora da Salete e o conjunto urbano (ruas e calçadas) também foram incluídos. ReformaCom o tombamento, a reforma da Avenida Cândido de Abreu, prevista para começar em julho do ano que vem, pode ter o projeto modificado. "Não conheço os detalhes do projeto, mas, se for muito grande, é provável que seja reduzido. Isso depende de uma análise", diz a coordenadora do Patrimônio Estadual, Rosina Parchen. O arquiteto responsável pelo projeto da nova avenida, Reginaldo Reinert, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, diz não conhecer os termos do tombamento da região, mas acredita que isso não deve interferir na obra. Rosina lembra que, agora, o projeto de reforma, para acontecer, precisa ser aprovado pelo conselho do patrimônio.
Os edifícios vão ter graus de proteção distintos porque alguns são mais importantes do que outros. Mas todos precisarão de autorização para serem restaurados ou modificados.
História
O Centro Cívico, conhecido por concentrar os três poderes do Paraná, foi implantado em 1953 no centenário de emancipação política do estado e foi construído com o intuito de mostrar que o Brasil estava se reinventando, com uma arquitetura modernista. Curitiba antecede Brasília na ideia de concentrar em uma única região os edifícios dos três poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Este projeto curitibano teria inspirado o futuro presidente da República Juscelino Kubitschek a construir a capital do país.
O conceito de bairro administrativo para Curitiba surgiu nos anos 1940, com o urbanista francês Alfred Agache. Ele foi convocado para dar à cidade os mesmos ares de evolução que outros municípios brasileiros estavam recebendo. O projeto saiu do papel na década de 50, pelas mãos do então governador Bento Munhoz da Rocha.
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Interatividade
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