Com tombamento, reforma programada para 2012 será reanalisada| Foto: Marco André Lima/Gazeta do Povo

Histórico

Proteção barrou obras em praça

O tombamento de áreas públicas e prédios históricos em Curitiba já causou outras polêmicas. É o caso da Praça Eufrásio Correia, no centro da capital, que tem todo o seu entorno protegido pelo patrimônio histórico. Quando idealizou a Linha Verde, a prefeitura planejava instalar um mini-terminal de ônibus no imóvel onde funcionava uma concessionária de veículos. No passado, o local, na esquina com a Avenida Visconde de Guarapuava, havia abrigado a garagem dos bondes de Curitiba. O município ofereceu à concessionária um terreno no bairro Portão em troca do imóvel. Tudo ia muito bem até que o Conselho Estadual do Patrimônio Histórico soube do projeto e vetou qualquer mudança arquitetônica no local. Por causa disso, as estações do biarticulado Pinheirinho acabaram instaladas na Rua Lourenço Pinto.

Vidros verdes

A reforma do Palácio Iguaçu, iniciada em 2007, também causou debates acalorados porque não cumpriria as normativas de um restauro. A grande polêmica foi a troca dos vidros transparentes do edifício por outros de tom esverdeado. No ano passado, diversos historiadores e arquitetos – a favor da conservação do patrimônio – questionaram a mudança, porque os vidros incolores significavam a transparência do governo e mostravam detalhes da arquitetura modernista.

Mas como o palácio não era tombado até então – o que só agora ocorreu – de nada adiantaram os protestos. O prédio ganhou vidros verdes e foi reinaugurado. Mas, mesmo depois de entregue, a antiga sede do governo estadual continua em obras porque faltaram instalações elétricas, eletrônicas e de acabamento.

Colaborou Sérgio Luis de Deus

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O tombamento do Centro Cívico inclui todo o eixo da Avenida Cândido de Abreu. Veja
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Foram necessários sete anos e nove meses para que o projeto de tombamento do Centro Cívico, em Curitiba, saísse do papel. On­tem, o Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, da Secretaria de Estado da Cul­tura, aprovou tombar o conjunto urbano e arquitetônico da região. Ficam protegidos os edifícios do eixo central da Avenida Cândido de Abreu, incluindo a Praça 19 de Dezem­­bro (do Homem Nú) e o Colégio Esta­dual Tiradentes. A área passa pela prefeitura, Tribunais de Justiça, de Contas e do Júri, até o Palácio Iguaçu e o Museu Oscar Niemeyer (MON). A Praça Nossa Senhora da Salete e o conjunto urbano (ruas e calçadas) também foram incluídos. ReformaCom o tombamento, a reforma da Avenida Cândido de Abreu, prevista para começar em julho do ano que vem, pode ter o projeto modificado. "Não conheço os detalhes do projeto, mas, se for muito grande, é provável que seja reduzido. Isso depende de uma análise", diz a coordenadora do Patrimônio Estadual, Rosina Parchen. O arquiteto responsável pelo projeto da nova avenida, Reginaldo Reinert, do Instituto de Pesquisa e Plane­­jamento Urbano de Curitiba, diz não conhecer os termos do tombamento da região, mas acredita que isso não deve interferir na obra. Rosina lembra que, agora, o projeto de reforma, para acontecer, precisa ser aprovado pelo conselho do patrimônio.

Os edifícios vão ter graus de proteção distintos porque alguns são mais importantes do que outros. Mas todos precisarão de autorização para serem restaurados ou modificados.

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História

O Centro Cívico, conhecido por concentrar os três poderes do Paraná, foi implantado em 1953 no centenário de emancipação política do estado e foi construído com o intuito de mostrar que o Brasil estava se reinventando, com uma arquitetura modernista. Curitiba antecede Brasília na ideia de concentrar em uma única região os edifícios dos três poderes – Legislativo, Executivo e Judi­­ciário. Este projeto curitibano teria inspirado o futuro presidente da República Juscelino Kubitschek a construir a capital do país.

O conceito de bairro administrativo para Curitiba surgiu nos anos 1940, com o urbanista francês Alfred Agache. Ele foi convocado para dar à cidade os mesmos ares de evolução que outros municípios brasileiros estavam recebendo. O projeto saiu do papel na década de 50, pelas mãos do então governador Bento Munhoz da Rocha.

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Interatividade

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