Preso custará R$ 1.450 mensais
Cada preso do CDR custará ao Estado R$ 1.450 mensais, se somados os gastos com toda a estrutura: funcionários, água, luz e alimentação. "É o custo do tratamento penal justo. O preso responde pelo crime que cometeu e não será desconsiderado como ser humano", ressaltou o secretário de Justiça Jair Braga. "Não dá para reclamar".
Na unidade, os detentos receberão três refeições diárias: a primeira, pela manhã, será café com leite e dois pães com manteiga. Na hora do almoço e no jantar, marmitas com 800 gramas de comida. Cerca de 450 dos 960 presos do local poderão trabalhar em três áreas: fabricação de adornos, móveis e de botinas.
Sem pompa ou descerramento de placa, o secretário estadual de Justiça, Jair Ramos Braga, inaugurou o Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) de Londrina na zona sul, com capacidade para 960 presos condenados. O secretário fez um pequeno discurso na frente da unidade para os poucos funcionários que foram escutá-lo. Nesta sexta-feira mesmo, os primeiros 40 presos condenados, entre eles 20 criminosos da galeria 4 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), submetidos a isolamento ou punições, além de 11 da Casa de Custódia (CCL), chegaram ao CDR sob escolta de 10 policiais da Tropa de Choque em duas viaturas.
A nova prisão começa sem as câmeras de vigilância interna previstas no projeto. O equipamento de raio-x para vasculhar alimentos, bolsas e pertences dos visitantes também não foi instalado. Apenas a porta de detecção de metais está em atividade. O número exato de agentes penitenciários do local não foi revelado, mas o secretário afirmou que, em média, são 180 funcionários, além de 32 profissionais entre médicos, psicólogos, advogados e técnicos jurídicos.
"As câmeras são assessórios que nos auxiliam na prevenção, mas não nos impedem de começar o trabalho. Com elas é muito mais tranqüilo, mais seguro, mas não são fundamentais. Temos os olhos dos nossos agentes e policiais", afirmou o major Raul Vidal, diretor da unidade. Para o diretor, "o CDR é uma prisão modelo, das mais modernas do Brasil, uma estrutura de grande presídio, própria para fazer o tratamento penal".
A Casa de Custódia, hoje com 425 presos onde cabem 288, deve transferir 85 condenados para o CDR - e permanecerá como local exclusivo para os que aguardam julgamento. A meta da unidade é permanecer com mais que a capacidade normal, mas com o limite de 360 presos.
Já a PEL, prometeu o secretário de Justiça, será esvaziada com a transferência dos condenados para o CDR e passa a abrigar 588 presos dos distritos superlotados de Londrina. Hoje, outros 60 condenados da PEL chegam ao CDR pela manhã. "Vamos colocar os presos que hoje estão amontoados nos distritos em uma unidade mais estruturada", afirmou o diretor da PEL, Raimundo Hiroshi.
O diretor da Casa de Custódia, major Edson Thomaz, afirma que a movimentação de transferência dos presos para o CDR será feita pouco a pouco, sem a necessidade de grande aparato policial. Em 10 dias a unidade estará sem presos condenados.
Assim que chegam ao CDR, os presos são avaliados por uma equipe de psicólogos e assistentes sociais, que definirão o perfil dos que podem ser agrupados nas celas. Cada uma das 240 celas receberá seis detentos. Outras 16 solitárias, no terceiro andar, permanecem vagas por enquanto - estão reservadas a presos indisciplinados, jurados de morte e detidos por falta de pagamento de pensão alimentícia.
Ontem, os primeiros presos transferidos da PEL e da CCL, na chegada, tomaram banho, fizeram barba, cortaram cabelo e receberam os uniformes da unidade: camisa branca, calça cinza, chinelos de dedo e um conjunto de moleton azul para o frio.
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