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 | Oswaldo Eustáquio
| Foto: Oswaldo Eustáquio

O ponteiro do relógio não marcava quatro horas da manhã deste domingo e já havia dezenas de romeiros na porta do santuário de Nossa Senhora do Rocio aguardando a missa das seis da manhã. Eles chegaram cedo para garantir um lugar na celebração que costumeiramente neste perído de festa em homenagem a padroeira do Paraná enche o templo a ponto de ficar gente pra fora, problema que foi resolvido pela administração da festa com um telão instalado no pátio do santuário.

Ao longo do dia, 100 mil pessoas circularam na festa até a missa das seis horas, de acordo com a organização. Nos fins de semana a programação religiosa é extensa no santuário e são realizadas missas, novenas, confissões de hora em hora. Além de eventos culturais simultâneos como apresentação de fandango, teatro para crianças.

As oito da manhã, a movimentação já era grande as margens do rio Itiberê, local de saída da 11 Procissão Marítima em homenagem a Nossa Senhora do Rocio. Cerca de dois mil romeiros lotaram as mais de 100 embarcações e seguiram o trajeto cantando louvores a santa. Pescadores das mais diversas ilhas acompanharam a procissão, além de visitantes da capital e do interior do Paraná. O reitor do santuário do Rocio, padre Sérgio Campos foi quem dirigiu as orações no trajeto da imagem da santa do barco até o templo, momento em que foi celebrada uma missa em homenagem aos pescadores e aos marinhos às 11:30 da manhã.

A aposentada Santina do Rosário, de 79 anos, que mora em Pontal do Paraná, tem presença registrada na festa desde que era criança. Este ano, ela convidou a vizinha, Irene Odanski, que visita a festa pela primeira vez. "Meu avô e meu pai eram devotos da santa e eu sigo a tradição da família desde criança. Enquanto tiver saúde não perco este tempo especial por nada. Lembro dos ensinamentos do meu pai, da minha mãe. Volto as raízes ", disse. A devoção, que já ultrapassa séculos começou em 1648, ano que Paranaguá, fora elavada a Vila. Reza a lenda que neste ano, os moradores da região viviam um período de famigério, e um dos líderes da comunidade, o Pai Berê, lançou a rede e ao invés de pegar peixes, trouxe uma imagem de Nossa Senhora do Rocio. A partir daí a devoção a santa não parou mais de crescer e neste ano, a ducentésima edição da festa deve receber 550 mil visitantes em todos os dias da festa que encerra no dia 16 de novembro.

Durante a tarde foi realizada a procissão ciclística, que atraiu centenas de pessoas. Os fiéis acompanharam a imagem da santa do centro de Paranaguá até o santuário, quando foram recebidos pelos padres do santuário que lançaram água benta sobre as bicicletas. "Aqui em Paranaguá a bicicleta é o nosso principal meio de locomoção. Trouxe toda a minha família para pedir a padroeira que guarda os parnanguaras de acidentes ciclísticos", disse Reginaldo Pereira, trabalhador portuário avulso. Assim como às seis da manhã, na missa das seis da tarde muita gente teve que assistir a missa pelo telão no pátio da igreja. E os fieis contaram as graças e milagres recebidos em testemunhos na missa dirigida pelo reitor do santuário, padre Sérgio Campos.

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