As mulheres de Curitiba não têm o costume de fazer a mamografia, apesar da divulgação intensa pelos organismos de saúde e do perigo do câncer de mama. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), dos 12 mil exames ofertados mensalmente, seis mil não são realizados por falta de pacientes. No Outubro Rosa, mês de conscientização da doença, há expectativa de que o número suba para oito mil. Mesmo assim, isso não chega a 70% da capacidade da rede do município.
O médico Wagner Aparecido Barbosa Dias, coordenador do Programa Mãe Curitibana, resume o problema: "há infraestrutura para atender, mas faltam pacientes para serem atendidas". Segundo ele, o principal motivo para isso é o medo em descobrir que se tem a doença, que até hoje é vista como uma sentença de morte. "Essa ideia é errada. Se o câncer de mama for diagnosticado precocemente, há a possibilidade de 100% de cura", argumenta.
Há dois grupos de risco que precisam ter mais cuidado: mulheres que têm entre 50 e 69 anos, e aquelas com idade a partir dos 35 anos que têm histórico familiar da doença. Quem integrar um desses grupos pode até ser atendido pelas equipes de enfermagem das 109 unidades de saúde, que solicita o exame para verificar se há deformações nos seios.
Atenção
Em 2011, 210 mulheres morreram no Paraná em decorrência do câncer de mama tardiamente detectado - número que poderia ter sido evitado. "Os aparelhos digitais que são usados nos exames não provocam dor e são fundamentais para encontrar tumores menores", comenta o médico.
Ele faz um alerta: o câncer é uma doença silenciosa que não provoca dor no início, e é daí que vem a importância de se examinar frequentemente, o que inclui o autoexame. "Quanto mais cedo o nódulo for detectado, evita-se que ele chegue a um tamanho perigoso (em torno de 3 cm), o que pode ser danoso à saúde", explica Dias.
