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Investigação

Cerco aos sanguessugas começa a se fechar hoje

Brasília – O processo de cassação dos 67 deputados denunciados pela CPI dos Sanguessugas por suspeita de envolvimento com a máfia das ambulâncias começa a avançar hoje, com o sorteio dos relatores de cada caso no Conselho de Ética.

O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que alguns relatores serão responsáveis por mais de uma investigação. O conselho tem 30 integrantes, entre titulares e suplentes, mas o presidente do conselho e o corregedor da Câmara, integrante permanente, não podem ser relatores.

Izar explicou que optou pelo sorteio para fugir das pressões do denunciados. "A pressão começou toda de novo. Com o sorteio, não vão poder dizer que escolhi um relator bonzinho para um e mais severo para outro", afirmou. O relator não pode ser do mesmo estado nem do mesmo partido do investigado.

Esta semana, haverá um esforço concentrado dos funcionários do conselho para notificar os deputados, que passam a ter o prazo de cinco sessões ordinárias para apresentar suas defesas e indicar as testemunhas. Os deputados investigados foram citados pelos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da empresa Planam, como integrantes de um esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias. Segundo os Vedoin, os parlamentares recebiam propina para apresentar emendas que permitissem a venda das ambulâncias para prefeituras em licitações fraudadas.

Segundo Izar, o Tribunal de Contas da União (TCU) fará uma auditoria em todas as emendas orçamentárias dos relatores dos processos de cassação. "Não quero que fiquem dúvidas sobre a isenção dos deputados para relatar os processos. Minhas emendas já foram todas analisadas pelo TCU e vou recomendar aos relatores que também enviem as suas emendas para análise", disse o deputado.

O presidente do conselho chegou a ser incluído por Luiz Antônio Vedoin na lista dos integrantes da máfia das ambulâncias, mas o empresário voltou atrás e pediu desculpas. Izar negou qualquer envolvimento e disse, na época, que Vedoin tentava "desestabilizar" o trabalho do conselho.

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