Um dos símbolos do Paraná também pode ser bebido. O pinhão virou ingrediente em uma cervejaria em Palmas, no Sul do estado, e agora está ganhando o mundo, com encomendas até do Japão. Pedro Reis, gestor da cervejaria Insana, conta que a ideia de usar a semente da araucária na produção da bebida surgiu por uma questão de “bairrismo”. “Queríamos fazer uma homenagem ao estado. O pinhão não é muito conhecido fora dos estados do Sul, quem dirá no exterior”, diz. A chamada pinole nacional também é pouco industrializada – na maior parte das vezes, o consumo é in natura, sem processamento ou associação com outros produtos.
“Como é uma fonte boa de amido, decidimos tentar”, conta Reis. Ele afirma que o processo para o desenvolvimento do produto levou cinco anos e foi “divertido”, cheio de tentativas. Como o pinhão tem “pouco sabor”, surgiu a dificuldade para chegar num traço que lembrasse o gosto. Depois de muitos testes, a cervejaria chegou na proporção adequada de pinhão, malte, lúpulo, água e levedura, que são cozidos juntos.
A primeira leva foi produzida no ano passado e as 15 mil garrafas foram vendidas. Para 2015, a produção aumentou para 45 mil garrafas, que começaram a chegar ao mercado na última semana. O preço médio, por 300 ml, é de R$ 14. Em Curitiba, a Insana Pinhão pode ser encontrada nas redes de supermercado Festval, Angeloni e Muffato, no Mercado Municipal e em bares de cervejas especiais. Além do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro devem receber a bebida.
Graças ao amido do pinhão, a bebida ficou com graduação alcoólica alta para uma cerveja – 8,5 – e como é mais encorpada, é mais indicada para o período de inverno. Contudo, Reis comenta que quem quiser comprar agora e esperar para consumir terá uma surpresa. Os testes indicaram que a bebida atinge o ápice do sabor em dois anos. Ele também destaca que o sabor não é muito marcante, mas que o aroma é de pinhão cozido.