Cascavel - O terceiro acusado de ser um dos executores da chacina em Guaíra, Fabiano Alves de Andrade, 24 anos, prestou depoimento ontem na sede da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), em Cascavel – Oeste do estado. Segundo os policiais, ele confessou a participação no massacre do dia 22 de setembro. "Agora vamos confrontar o depoimento dele com o dos outros dois acusados presos para esclarecer tudo o que aconteceu naquele dia", explica o promotor de Justiça de Guaíra, Marcos Andrade, que acompanhou o interrogatório.

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Fabiano Alves, conhecido por "Buiú", foi preso na noite de sexta-feira, por volta das 21 horas, em Itaquiraí, Mato Grosso do Sul. Ele estava numa praça no Centro da cidade, ao lado de um telefone público, quando os policiais deram "voz de prisão". "Ele reagiu, entrou em luta corporal com os policiais, mas foi dominado", relata o delegado Carlos Reis, que comandou as investigações.

A prisão de "Buiú" só foi possível porque na tarde de sexta-feira o juiz de Guaíra, Wendel Brunieri, decretou a prisão temporária do suspeito. "À noite, os policiais me telefonaram e disseram que estavam a 30 metros do acusado. Eu dei a ordem para que eles o abordassem", diz o delegado Reis.

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Solucionado

Para a polícia, com a prisão dos três acusados – Jair Correia, Ademar Fernando Luiz e Fabiano Alves de Andrade – o caso da chacina em Guaíra está esclarecido, após 33 dias de investigação. As armas ainda não foram encontradas, mas o promotor Marcos Andrade argumenta que a confissão dos presos é suficiente para o fechamento do inquérito. "Já temos provas suficientes para a condenação".

O delegado Reis diz que a "caçada" aos executores da chacina foi um trabalho de investigação bastante minucioso. "O importante é que tivemos mobilidade para efetuar as prisões em três estados diferentes: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo", ressalta. A divulgação do nome de Gleison Correia, filho de Jair, como um dos suspeitos, logo depois da tragédia, foi usada como estratégia de investigação, afirmou o delegado. "Não sabemos de onde partiu a informação, mas não desmentimos."

Outros dois suspeitos de participação no crime, os irmãos Diego Alexandre Honória e Hedner Alves, que também tinham prisão temporária decretada, se apresentaram na sexta-feira ao promotor Marcos Andrade. "Havia a suspeita de que eles tivessem dado apoio aos criminosos, mas isso não se confirmou e a prisão foi revogada", explica o promotor.

234 anos

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Os três acusados vão ficar presos em celas individuais numa penitenciária na região de Cascavel. O promotor Marcos Andrade não revela o local porque considera que a vida dos três corre risco dentro da prisão. "Eles cometeram um crime que desagradou o crime organizado", diz o promotor.

Andrade adianta que deve pedir pena máxima para os acusados, ou seja, 12 anos para cada homicídio e seis anos para cada tentativa. Como foram 15 homicídios e 9 tentativas, a pena pode chegar a 234 anos de cadeia para cada um deles.