Mesmo com reforços, crime ainda atua
Foz do Iguaçu - Mesmo com o reforço de 200 policiais, empenhados em investigar a chacina de Guaíra, os traficantes de drogas e contrabandistas da região parecem continuar sua rotina na fronteira com o Paraguai. Em patrulhamento pelo Rio Paraná, em Foz do Iguaçu, agentes federais da Delegacia Especial de Polícia Marítima (Depom) prenderam ontem em flagrante dois homens e apreenderam um adolescente, todos paraguaios, no momento em que se aproximavam da margem brasileira. Eles estavam carregados de mercadorias contrabandeadas do Paraguai.
Cerco em Foz
O cerco ao contrabando e ao narcotráfico na tríplice fronteira tem forçado as quadrilhas a mudar a logística da criminalidade. No mesmo passo, os órgãos de repressão adaptam também os alvos de fiscalização e combate às atividades ilícitas, com ações que se estendem desde Foz do Iguaçu a Mundo Novo.
Um dia depois de ter estado em Guaíra, no Noroeste do estado, e dizer que o governo pode "rever" a estratégia de policiamento para a cidade que foi palco da chacina de 15 pessoas na segunda-feira, o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, afirmou ontem que o governo entende o crime como um "fato isolado". Ele explicou que essa análise está baseada no fato de Guaíra ter registrado do início do ano até a data do massacre 13 homicídios.
Segundo o secretário, o número é um indício de que não há "explosão da criminalidade". Também disse que ele não afirmou exatamente que iria rever o policiamento na cidade. Explicou apenas que a estrutura policial "é mutável" e que a todo momento o governo está revendo e reestruturando o atendimento, mas que isso não quer dizer que serão feitas mudanças agora em Guaíra. No momento, ainda estão na cidade os policiais que foram deslocados para investigar o caso da chacina, mas todos devem voltar a suas cidades.
Delazari participou ontem, em Curitiba, da inauguração da sede reformada da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), no bairro Batel. Durante entrevista na inauguração, o secretário descartou a possibilidade de reivindicar a presença do Exército para combater o crime na fronteira e também afirmou que não há recursos específicos para aquela região dentro do bolo do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). O Paraná já tem garantidos R$ 13,52 milhões do programa. São R$ 2,704 milhões para o estado e R$ 10,82 milhões para os municípios da região metropolitana de Curitiba.
Mais segurança
Guaíra é considerada uma das principais rotas do tráfico de drogas e do contrabando de cigarros via Paraguai. Por isso, a Procuradoria da República em Umuarama já pediu à União que aumente o efetivo de segurança no entorno da cidade, mas não foi atendida. "Na visão do Ministério Público Federal, a União abandonou as fronteiras. Faltam policiais rodoviários, federais e fiscais da Receita Federal. Isso não é um problema só de Guaíra, mas de todas as regiões de fronteira", afirma o procurador da República em Umuarama, Robson Martins, autor da ação de fevereiro que solicitava a contratação de mais agentes.
Atualmente, a Receita Federal, que é subordinada à Delegacia de Foz do Iguaçu, tem apenas cinco fiscais na região de Guaíra e a Delegacia da Polícia Federal tem 20 agentes, mas nem todos atuam na repressão ao crime organizado. O único posto da Polícia Rodoviária Federal em funcionamento na Ponte Ayrton Senna, que divide os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, foi instalado graças a uma liminar obtida pela Procuradoria da República em Umuarama. Ao todo há 14 policiais que se revezam para fiscalizar o trânsito no trecho da BR-163 entre Guaíra e Mundo Novo (MS).
Além do incremento das forças federais de segurança, a Procuradoria já protocolou no Tribunal Regional Federal quatro pedidos para a instalação de Vara Federal e Procuradoria da República em Guaíra, para dar conta de processos criminais em curso. Atualmente, as ações originárias da cidade paranaense são remetidas à Procuradoria de Umuarama, que fica a 120 quilômetros da fronteira. Na base da Receita, os processos vão para Foz.
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