Yá Mukumby, de 63 anos, foi precursora do sistema de cotas para negros nas universidades de Londrina| Foto: Roberto Custódio/JL

Perfil

Yá Mukumby, além de mãe de santo, era presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, e lutava pela valorização do negro na sociedade. Ela foi uma das idealizadoras do sistema de cotas para negros nas universidades da cidade. Nascida em Jacarezinho, mas residente em Londrina desde criança, Vilma Santos de Oliveira participou de movimentos juvenis sociais e negros ainda durante o período da repressão militar sob a ditadura dos anos 1960 e 1970.

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A mãe de santo e líder do movimento negro de Londrina Vilma Santos de Oliveira, a Yá Mukumby, 63 anos, e outras três pessoas foram assassinadas na noite do último sábado no Jardim Champagnat, zona oeste da cidade do Norte do estado. Diego Ramos Quirino, 30 anos, foi preso em flagrante logo após os crimes, cometidos com uma faca.

Por volta das 21h30 de sábado, Quirino brigou com a companheira, Patrícia Amorim Dias, 19 anos, e na sequência esfaqueou e matou a própria mãe, Ariadne Benck dos Anjos, 48 anos, que tentava retirá-la de casa após testemunhar a moça ser agredida pelo filho.

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Em surto e nu, o rapaz pulou o muro da casa e atacou a família vizinha. Na residência, estavam a mãe de santo Yá Mukumby, a mãe dela, Allial de Oliveira dos Santos, 86 anos, e a neta, Olivia Santos de Oliveira, 10 anos. Todas foram mortas a facadas.

Yá Mukumby e a neta dela foram mortas na cozinha da casa. A mãe da líder do movimento negro estava na calçada e foi assassinada quando pedia ajuda. "A vizinha só não foi morta também porque estava com o portão trancado e ele não conseguiu pular. Estava alucinado, matando quem aparecesse na frente dele", contou Soares.

De acordo com o delegado do plantão, Willian Soares, Quirino teve um pequeno surto à tarde, quando, em Cambé, ajudava um amigo em uma mudança. "Ele começou a falar coisas desconexas e o amigo achou por bem chamar a namorada e a mãe dele. Elas foram até o local, chamaram uma ambulância e o levaram para o hospital. Lá, ele foi atendido, medicado e liberado."

Crise

De acordo com um parente de Diego Quirino, que pediu para não ser identificado, a família do rapaz estava chocada com o crime. Quirino estaria em crise de abstinência de crack, do qual estava tentando se livrar. Ele disse que a família inteira está consternada e triste com todas as mortes. "Estamos atônitos porque o Diego, apesar de usuário, nunca demonstrou nenhum traço de violência. Sentimos por nós e pela família das vizinhas".

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