Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

Desafio

Para solucionar as charadinhas propostas por Voigt, ele dá uma dica. Os números no fim de cada pegadinha indicam quantas sílabas o sinônimo que leva à resposta precisa ter. Confira.

Charada 1

AQUI a TEIMA já era tanta,Que apostou o cara tranca:O nome daquela planta,É CARRAPATEIRA-BRANCA. (1,2)

Charada 2

Ele era POBRE, simples empregado,FLAMENGUISTA de todo coração;Tanto no amor como no jogo, azarado,Tendo um vascaíno como seu patrão. (3,2)

Charada 3Para ser feliz basta pouco com certeza;Amar VIZINHA feia e tê-la por beleza.Mais vale uma pequena sardinha na mesa,Que grande salmão pulando na CORRENTEZA. (2,3)

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O aposentado Haroldo Voigt, especialista em enigmas, sai em defesa da charada em relação à palavra cruzada, passatempo com público cativo em jornais e almanaques. "Para preencher uma cruzadinha, basta decorar as palavras, que sempre se repetem", opina. Para ele, a charada desenvolve o raciocínio, assim como o jogo de xadrez, e estimula a pesquisa em dicionários e o interesse pela língua portuguesa. "As escolas deveriam adotar a charada para estimular a inteligência das crianças, fazendo torneios internos", sugere.

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As charadas podem contribuir para a formação do estudante na opinião do professor de literatura infantil na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e doutor em educação pela Universidade de Londres, Jefferson Mainardes. "Na escola, é preciso trabalhar com diversidade de textos para a formação do leitor. Além do livro didático, outros gêneros devem ser trabalhados, como lendas, trovas, poesias e até charadas", comenta. Ele sugere que o professor, além de apresentar as charadas, estimule o aluno a produzir seus próprios enigmas para consolidar a aprendizagem.

Mainardes admite que a charada ainda é um gênero visto como entretenimento e é pouco usual nas escolas. Para estimular o raciocínio, é mais comum o uso das adivinhações. A pouca diversidade de textos, como as charadas, segundo Mainardes, se reflete na baixa produtividade dos estudantes na língua portuguesa. "Os alunos ficam 11 anos na escola e saem com um domínio aquém do esperado na língua portuguesa", afirma.

Voigt lamenta que a charada, por exigir maior empenho por parte do desafiado, esteja caindo em desuso. Ele já chegou a publicar cerca de 1.500 enigmas na imprensa paranaense, mas há quase um ano cessou a divulgação e produz apenas para "passar o tempo". Como resultado dessa produção, há 467 enigmas inéditos prontos para serem resolvidos pelos adeptos ao estilo. (MGS)