A Secretaria da Administração Penitenciária transferiu na tarde desta terça-feira (11) o principal chefe da facção criminosa PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais três integrantes do grupo, para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado).
A transferência foi determinada pela Justiça de São Paulo na noite de segunda-feira (10), conforme revelou a Folha de S.Paulo hoje.
Marcola, que está preso em Presidente Venceslau (611 km de São Paulo), deverá cumprir pena de 60 dias no regime em um presídio no município de Presidente Bernardes. O pedido de internação foi feito pelas Secretarias da Administração Penitenciária e da Segurança Pública após vazamento de plano de fuga dos integrantes do PCC.
Segundo o TJ, esta é uma medida cautelar, ou seja pode ser questionada pela defesa de Marcola. Durante o período que o criminoso estiver no RDD, o tribunal vai analisar mais provas sobre o plano de fuga do criminoso.
Marcola deverá ficar 22 horas isolado em uma cela. Marco Antônio Arantes de Paiva, advogado do criminoso, nega envolvimento do seu cliente no caso e diz que recorrerá da decisão.
Sob forte esquema de segurança, outros três membros da quadrilha de Marcola, também foram transferidos para o RDD no presídio de Presidente Bernardes. Cláudio Barbará, Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista também são suspeitos de participar de um suposto plano de fuga da prisão.
O plano, segundo a versão oficial, era investigado desde janeiro de 2013. Seriam usados dois helicópteros para tirar os criminosos do presídio e levá-los ao Paraguai, passando pelo Paraná.
Marcola já esteve outras vezes internado no RDD. Nesse regime, o preso fica em cela individual, sem acesso a noticiário, sem direito a visitas íntimas e com apenas duas horas diárias de banho de sol.
No ano passado, o Gaeco, grupo de promotores que investiga o crime organizado, interceptou conversas telefônicas em que membros do PCC ameaçavam fazer "greve branca" nos presídios caso seus chefes fossem para o RDD.
A "greve" consistiria em não comparecer a audiências ou outras atividades. Se as autoridades revidassem, diziam as gravações, a facção promoveria ataques nas ruas.