A pior chuva dos últimos 44 anos no Rio de Janeiro já deixou 232 mortos em todo o estado, segundo o Corpo de Bombeiros. De acordo com boletim divulgado na noite desta segunda-feira (12), o município de Niterói, na Região Metropolitana, registrou o maior número de vítimas fatais, 147, sendo 36 mortos no Morro do Bumba.
Segundo a corporação, na capital fluminense foram registradas 65 vítimas fatais. No Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, no Centro, foram 30. Em São Gonçalo, também na Região Metropolitana, os bombeiros resgataram 16 corpos. Também foram registradas mortes em Magé, Nilópolis, Engenheiro Paulo de Frontin e Petrópolis.
Na noite de quarta-feira (6), moradores do Morro do Bumba, no Cubango, em Niterói, foram atingidos por um deslizamento de terra. Cerca 50 casas teriam sido atingidas. O desabamento, considerado o maior da história de Niterói, segundo a prefeitura, deixou, ainda, dezenas de feridos. Após vistoria, 60 imóveis foram interditados.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as buscas por vítimas do deslizamento no Morro do Bumba não tem prazo para terminar. Não houve registro de novos corpos na comunidade entre 14h de domingo (11) e o início da noite desta segunda. Os bombeiros recolheram mais de dez botijões de gás das casas soterradas.
Por causa da baixa luminosidade, os trabalhos foram concentrados nas áreas inferior e superior do morro. Trabalham no local 40 homens da Força Nacional, 90 bombeiros e cem policiais, dos batalhões de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, além da Companhia de Cães, do Batalhão Florestal, do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
A equipe é reforçada ainda por 24 operadores de máquina. Oito escavadeiras de grande porte e quatro retroescavadeiras estão sendo usadas na área do deslizamento. O prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, decretou na quinta-feira (8) estado de calamidade pública e luto oficial de uma semana.
De acordo com a Defesa Civil municipal, as buscas foram encerradas no Morro dos Prazeres após a equipe de resgate encontrar os corpos de duas crianças que ainda estavam desaparecidas.
Cadastramento
Cinco dias após a tragédia no Morro do Bumba, centenas de moradores passam o dia numa fila para o cadastro do Aluguel Social. Por um ano, o governo do estado vai pagar R$ 400 por mês para quem perdeu tudo.
Representantes do Tribunal de Justiça do Rio, da Defensoria Pública, do Instituto Médico Legal (IML) e de cartórios de registro civil fazem um mutirão para tentar identificar os desaparecidos. Eles cruzaram informações cedidas pelos parentes das vítimas com o cadastro do programa Médico da Família, e concluíram que pelo menos 54 pessoas ainda não foram encontradas.
Em decorrência dos estragos causados pela chuva, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes anunciou nesta segunda-feira (12), em visita ao Morro do Bumba, a antecipação do pagamento do Bolsa Família ao cadastrados dos municípios do Rio, Niterói e São Gonçalo.
No Rio, segundo Márcia, 158 mil famílias serão beneficiadas com a decisão. Em Niterói e São Gonçalo serão 13 e 42 mil beneficiados, respectivamente. O valor deveria ser pago do dia 17 até o início do mês de maio, de acordo com o número de cadastro. Mas será pago integralmente nesta sexta-feira (16). As famílias recebem, por filhos matriculados em escolas publicas, de R$ 20 a R$ 200.
Segundo a ministra, as pessoas que perderam documentos podem recorrer às prefeituras de suas cidades para retirar uma guia padrão. "Com este papel, os cadastrados poderão retirar o beneficio na Caixa Econômica Federal", explicou.
Ajuda do governo federal
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, anunciou na sexta-feira (9) a liberação de uma linha de crédito para prefeituras que decretaram situação de emergência e estado de calamidade pública. Segundo Lupi, o crédito pode chegar a R$ 1 bilhão, com juros de 3%, pelo programa Pró-Moradia Emergencial, com um prazo de financiamento de até 30 anos.
De acordo com o ministro, as prefeituras do Rio, de Niterói e de São Gonçalo, na Região Metropolitana, estão aptas a receber o dinheiro, contanto que apresentem projetos de construção de casas.
Saque do FGTS
O ministro também afirmou que o saque do FGTS para quem foi atingido pela chuva pode ser sacado já na segunda-feira (12). Lupi disse que há um limite de R$ 4,6 mil para o saque.
Lupi informou que, na tragédia em Santa Catarina, 95% dos atingidos sacaram o dinheiro.
O ministro estava acompanhado do prefeito do Rio Eduardo Paes, que reafirmou que a prefeitura vai retirar famílias de áreas de risco.
Paes disse que os R$ 90 milhões que o governo federal disponibilizou ainda não estão em uso, mas que as obras emergenciais, onde o dinheiro será empregado, já estão sendo feitas. Ele deu como exemplo a desobstrução da Estrada da Grota Funda.
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