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Luz para todos

Chegada da luz muda a vida de famílias atendidas

Válter e o poste em frente de casa: banho agora só no chuveiro | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Válter e o poste em frente de casa: banho agora só no chuveiro (Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo)
Seu Arcino só foi saber o que é ter luz em casa aos 93 anos |

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Seu Arcino só foi saber o que é ter luz em casa aos 93 anos

No bairro dos "Cardosos", on­de quase todas as casas são ocupadas por famílias cujo sobrenome batiza o local em Cerro Azul, na Grande Curi­­tiba, ninguém tinha energia elétrica até março do ano passado. Em abril, porém, as casas foram atendidas pelo programa Luz para Todos.

"Cinco anos atrás, eu tomava banho no rio e nem tinha banheiro. Construí um banheirinho, mas não tinha chuveiro porque não adiantava nada. Agora, tenho chuveiro elétrico, geladeira e um radinho para ouvir meus hinos [músicas evangélicas]", diz o lavrador Válter Rosne Cavalheiro, 48 anos. Antes da energia, ele conta que fritava a carne e guardava o que não comia em uma lata de ferro para armazenar por mais dias e evitar que estragasse.

Moradores da vizinha Rio Branco do Sul, o casal de apo­­sentados Otília e Arcino da Silva, de 78 e 93 anos, respectivamente, só foram conhecer o que era energia elétrica há pouco mais de um ano. "Trabalhei quase a vida toda como ‘camarada’ [trabalhador sem salário], em troca de casa e alimentação. Agora, estamos aposentados e finalmente não precisamos mais de lampião", sorri seu Arcino.

A chegada da energia também mudou a vida de Francisca Schineider, 40 anos, que morou 15 meses às escuras antes de improvisar um rabicho para compartilhar a energia elétrica de um vizinho. Detalhe: a casa dele fica distante mil metros da dela. "O rabicho era só para as lâmpadas e para a tevê, mas o fio quebrava sempre", diz. A casa de Francisca recebeu instalação elétrica há sete meses.

Meta alcançável

O Paraná caminha para ser o primeiro estado da Região Sul a efetivamente zerar a ex­­clusão elétrica, segundo Fer­­nando Gruppelli, gerente de Projetos e Obras da Copel. "No Sul, com certeza será o primeiro a zerar [a exclusão elétrica]. Mas é difícil comparar com outros estados, porque São Paulo, por exemplo, também tem um alto índice de acesso", explica.

Segundo Gruppelli, a maior parte das famílias ain­­da não atendidas vive em cidades onde o Índice de De­senvolvimento Humano é menor. "Apesar da Aneel já considerar a Copel universali­­zada, ainda temos domicílios sem luz no Vale do Ribeira e na Região Central do estado", afirma. Em parte pelo custo de instalação na zona rural, que é maior do que em uma área urbana – R$ 7,7 mil contra R$ 5 mil.

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