Às 9h27 desta quarta-feira (21) começa a estação do inverno no Paraná e em todo o Hemisfério Sul do planeta. A estação promete trazer consigo as suas características clássicas e óbvias: tempo seco, frio, e com períodos de geadas mais freqüentes na maior parte das regiões. Para os amantes dos agasalhos, casacos e blusas, é hora de tirar toda a indumentária do armário. Já quem sofre com a estiagem e torcia por chuvas, ou ainda por um inverno atípico, como foi registrado em anos anteriores, essas possibilidades estão descartadas.
Quem garante é o meteorologista Marcelo Brauer, do Instituto Tecnológico Simepar. "O inverno que está chegando está dentro da normalidade. As temperaturas devem ser menores do que as registradas no mesmo período do ano passado, e a tendência é que chova pouco e de forma irregular em todo o estado", conta Brauer. Em Curitiba, a média da estação deve ficar em torno de 15,1ºC.
Entre os meses de julho e setembro, a variação de temperaturas e condições do tempo deve ser ainda maior do que a já notada no outono deste ano. "A variação térmica é tradicionalmente maior no inverno do que em outras estações. A diferença em relação ao outono é que a sensação de frio durante o dia seja muito maior no inverno. A entrada de massas de ar frio com mais constância complementa esse quadro de frio intenso", explica. "Resumidamente, o paranaense deve se preparar para períodos de frio, intercalando com outros de temperaturas mais amenas", completa o meteorologista.
Entretanto, para quem gosta da estação, um alerta. "Não esperem por neve!", brinca Brauer. As geadas e as temperaturas abaixo de zero também serão uma constante nos pontos mais altos do Paraná e em cidades como Palmas, Guarapuava e Inácio Martins, no Centro-Sul do estado.
Estiagem
A falta de chuvas poderá ser agravada durante o inverno, que é a estação mais seca do ano todo no Paraná. "Deve chover uma média próxima ao histórico de chuvas no estado durante o inverno. Porém, não dá pra fazer previsões precisas. Como nessa época chove irregularmente em todas as regiões, o quadro deve ficar mais otimista ou pessimista no decorrer dos próximos três meses", comenta Brauer.
A estiagem já atinge o Paraná desde novembro de 2005. A possibilidade de recuperação está prevista para os meses de setembro e outubro, com a chegada da primavera. "Nesses dois meses deve chover o bastante para trazer um quadro de normalidade às regiões mais prejudicadas pela falta de chuvas", complementa. Mas ele lembra que todo esse processo é lento e gradativo, o que não deve melhorar a situação de perdas já registradas em 2006.
Seab
A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) estima que a quebra apenas na safra de trigo já chega a 6% em todo o Paraná. A Seab aconselha os agricultores de todo o estado e de outras culturas, além do trigo, que se certifiquem de que a taxa de umidade no solo seja suficiente para então plantarem durante o inverno. Para quem resolver arriscar, esperando por chuvas, a possibilidade de prejuízo é grande.
Doenças
A chegada do inverno também requer cuidados especiais com a saúde. As doenças de inverno, como são comumente conhecidas as gripes, resfriados, bronquite, rinite, entre outras, aumentam o número de atendimentos nos postos de saúde e hospitais. De acordo com Luiz Bodachne, geriatra e clínico geral do Hospital Cajuru de Curitiba, o crescimento nos casos de doenças de inverno é comum nessa época do ano e atinge pessoas de todas as idades. A maior incidência é registrada em crianças, idosos e pessoas com baixa resistência. "As gripes e resfriados são as mais comuns por serem altamente contagiosas. Por isso, a prevenção é a melhor arma para escapar dessas moléstias", explica o médico.
Evitar ambientes fechados, aglomerações de pessoas ou o simples contato direto com pessoas gripadas já são medidas simples que podem ajudar quem quer passar longe das doenças de inverno. "Lavar bem as mãos, beber muito líquido e dar preferência à comidas quentes também ajudam", completa Bodachne. Outra opção é a vacina contra a gripe. Ela não é a cura contra a doença, mas ajuda na sua prevenção.
O estresse e a alta poluição das grandes cidades são outras situações que servem de advertência. "Nessas condições as pessoas ficam mais expostas, a resistência do corpo cai e é ai que as doenças de inverno atacam. O fumo é outro vilão nessa época do ano, assim como sistemas de ar condicionado mal regulados", afirma o médico.
Se a gripe ou outra doença chegar, porém, a solução é procurar assistência médica. "Aquela comum automedicação deve ser evitada. Uma pessoa com gripe, por exemplo, leva de cinco a sete dias para se recuperar. Se ela não se tratar corretamente, o quadro pode piorar e evoluir para outras doenças mais graves", finaliza Bodachne.
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