As cheias de rios já causam transtornos a quase 120 mil pessoas em 20 municípios do Amazonas. Os dados se referem a pessoas que tiveram casas inundadas pelas cheias dos rios Juruá e Solimões, no sudeste do Estado, Purus e Madeira, na região sul, e Amazonas, no centro.

CARREGANDO :)

Prefeituras decretaram situação de emergência e ainda não há um balanço de desabrigados.

De acordo com a Secretaria da Educação do Estado, 2.549 estudantes dos ensinos fundamental e médio estão sem aulas depois que as escolas foram fechadas em Anori, Anamã e Nhamundá.

Publicidade

Em Manaus, o rio Negro pode entrar neste fim de semana no nível de emergência, que é de 28,84 metros. Ontem, o volume das águas marcou 28,79 metros. A prefeitura registrou alagamentos em cinco bairros, mas sem danos materiais.

A Defesa Civil Estadual enviou ajuda, como cestas básicas, materiais de higiene pessoal e medicamentos, a 17 municípios, entre eles Envira e Eirunepé (rio Juruá), Manacapuru e Benjamim Constant (rio Solimões) e Apuí (rio Madeira).

Segundo o Serviço Geológico do Brasil, órgão federal que monitora os rios do país, a enchente nos rios (subida das águas) é um fenômeno natural que ocorre todos os anos. Na bacia amazônica a cheia ocorre no inverno, entre novembro e junho.

O regime de chuvas é que vai determinar a elevação anormal ou não das águas nos rios. Neste ano, as precipitações no Amazonas então influenciadas pela chamada zona de convergência intertropical, - fenômeno climático que provoca chuvas acima da média.

Em muitas das 20 cidades afetadas pela cheia, a média de precipitações ultrapassou 350 mm, ante uma média de 300 mm, diz o órgão.

Publicidade

Das 121 estações de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil no Amazonas, as de Tabatinga, no rio Solimões, e de Manaus, no rio Negro, fornecem uma radiografia da dinâmica das cheias no Estado.

Apesar da situação de emergência em algumas cidades, o Solimões apresenta uma cheia normal com tendência de vazante (descida das águas), diz o engenheiro de hidrologia Daniel Oliveira.

Segundo Oliveira, o nível máximo do Solimões neste ano foi registrado em dia 21 de abril: 12,81 metros, marca inferior ao nível de emergência, de 13,10 metros. A cheia recorde no Solimões se deu em 1999, quando o nível chegou a 13,82 metros.