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O Chevette 76 anda preferencialmente pelas ruas do Jardim Los Angeles, às margens da PR-151, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, mas, quando o dono precisa, estica uma viagem até Carambeí, a 15 quilômetros, para uma pescaria. Apelidado de Tubarãozinho, o carro foi comprado há cerca de quatro meses pelo comerciante Adelino Pedro Cabral, 56 anos. Cabral é um dos 382.684 mil proprietários de carros com mais de 30 anos de fabricação no Paraná.

O comerciante é cuidadoso. Comprou o Tubarãozinho, que é 1.6, por R$ 1 mil e logo trocou o motor. Lá se foram mais R$ 750. "Não queria andar por aí com o carro fumaceando", justificou. O Chevette é usado apenas para o serviço. Cabral tem uma mercearia no bairro, mas lida com construção civil para aumentar a renda da família. Vez ou outra ele coloca o carrinho de mão, as pás e a caixa de ferramentas no porta-malas do Tubarãozinho para ir de casa à obra. Cabral diz que o carro não lhe deixou na mão até agora, mas vai trocá-lo por uma Belina. "Ela é maior e cabe mais coisa", diz.

Para ir ao centro, o comerciante dispõe de uma caminhonete F-1000 ano 1991 cabine dupla. "O Chevette eu uso mais no bairro, é difícil ir pro centro com ele, mas às vezes tem de cruzar a rodovia porque tem negócio para resolver do outro lado da pista", comenta.

Cabral sempre teve carros velhos. Ele não sabe ao certo quantos, mas calcula que mais de dez já tenham passado pelas suas mãos. A experiência de não ter um carro do ano o levou a adquirir conhecimentos de mecânica. "Morava no interior e, quando ia para a cidade, se o carro estragasse era preciso consertar na hora mesmo, porque se esperasse ajuda, você teria de ficar na estrada por muito tempo", acrescenta. O comerciante se acostumou a andar com uma caixa de ferramentas no carro para usar quando o automóvel resolvesse quebrar.

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