Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Meio ambiente

Chevron é multada em R$ 150 milhões

Presidente da petrolífera no Brasil, George Buck, reconheceu responsabilidade | Ricardo Moraes/Reuters
Presidente da petrolífera no Brasil, George Buck, reconheceu responsabilidade (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

A petroleira americana Chevron pode ser punida em R$ 260 milhões pelo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. O valor inclui multas já aplicadas pelo Ibama, considerados os valores máximos, autuações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e reparações cobradas na Justiça pelo governo do Rio. Há a possibilidade de o valor mudar caso haja novas punições.

A quarta maior petroleira do mundo ainda corre o risco de ser impedida de explorar o Pré-sal, disse o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima. "O que vamos examinar é o projeto dela [Chevron] de chegar ao Pré-sal legalmente. (...) Eu pessoalmente acho que ela incorreu num erro sério que pode prejudicar esse intento", disse Lima.

A Chevron foi multada ontem pelo Ibama em R$ 50 milhões, cifra que representa 5,2% do faturamento diário da companhia em 2010 (US$ 542 milhões, o equivalente a R$ 960 milhões). O valor é o máximo previsto para cada uma das infrações à legislação ambiental e se refere à poluição causada pelo derramamento de óleo.

A ANP, por sua vez, abriu processos administrativos para aplicar duas outras multas à companhia por causa das "informações truncadas" enviadas ao governo e à ausência de equipamento necessário para o abandono definitivo do poço onde há o vazamento. O valor de cada um dos processos também pode chegar a R$ 50 milhões.

Ontem, o presidente da subsidiária brasileira da Chevron, George Buck, calculou que o vazamento de petróleo chegue a 381,6 mil litros. Buck reconheceu a responsabilidade da empresa e garantiu que o óleo será retirado da superfície.

Agravantes

Segundo o presidente do Iba­ma, Curt Trennepohl, a Chevron também pode ser multada em mais R$ 10 milhões, caso se constate que houve falha no plano de emergência para conter o vazamento e recolher o óleo. Outras possíveis irregularidades estão em investigação.

Além das multas federais, o governo do Rio vai entrar na Justiça com uma ação civil pública pedindo R$ 100 milhões como reparação pelos danos ambientais.

O Estado quer que a metade do valor da multa do Ibama seja usada na recuperação e na preservação de três parques ambientais marinhos na zona de influência do Campo de Frade.

O limite máximo de R$ 50 milhões de multa foi definido em 1998. A lei prevê que o valor seja corrigido periodicamente, mas é o mesmo desde a promulgação do texto. "Tanto faz o tamanho do dano. Outros critérios precisam ser adotados", diz Paulo Bessa, da Co­­mis­­são de Direito Ambiental do Ins­tituto dos Advogados Brasileiros.

No caso do acidente da BP, que lançou ao mar e ao litoral dos EUA 4,9 milhões de barris em abril de 2010, a cifra chegou a cerca de US$ 20 bilhões – revertidos em fundo para o ambiente, a ser capitalizado pela companhia.

Trennepohl não afastou a possibilidade de caçar a licença da Chevron para operar no campo de Frade.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.