A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou em comunicado que a Chevron do Brasil Ltda. está, neste momento, impedida de perfurar em território nacional. Isso, na prática, suspende todas as atividades de perfuração no Campo de Frade, na Bacia de Campos (RJ), até que sejam identificadas causas e responsáveis pelo vazamento de petróleo, detectado em 9 de novembro, e restabelecidas as condições de segurança na área.

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No comunicado, a agência informou que a decisão foi oficializada ontem em reunião de diretoria. Na mesma decisão, a ANP rejeitou pedido da concessionária para perfurar novo poço no Campo de Frade com o objetivo de atingir o pré-sal. No entendimento da agência, a perfuração de reservatórios no pré-sal implicaria riscos de natureza idêntica aos ocorridos no poço que originou o vazamento, maiores e agravados pela maior profundidade.

Depoimento

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Dois executivos da Chevron Brasil prestaram depoimento no inquérito da Polícia Federal na tarde de ontem. Eles foram ouvidos pelo delegado Fabio Scliar, chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, que investiga falhas na perfuração no poço e a informação de que as empresas teriam trabalhadores em situação irregular. O presidente da Chevron, George Buck, informou que os documentos de todos os trabalhadores que atuam no projeto de perfuração do poço foram revisados e que não há irregularidades.

Amanhã, autoridades do setor do petróleo e do meio ambiente e executivos da Chevron vão se reunir com deputados estaduais, em uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o vazamento.

Edição de imagens

George Buck admitiu ontem que a empresa editou imagens do local do vazamento de óleo na Bacia de Campos, mas disse que a medida foi tomada para facilitar o envio das informações à Agência Nacional de Petróleo (ANP).

"No início do incidente tivemos dificuldade com banda larga para transmissão de dados, fizemos clipes [audiovisuais] curtos, mas relevantes, e transmitimos para a ANP. Foi para facilitar o envio das informações e de nenhuma forma tentava ocultar o porte do vazamento", justificou o presidente da petrolífera no Brasil.

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