A região de Bariloche, na Argentina, está coberta pelas cinzas do vulcão: remoção do material levará dez meses| Foto: Martin Brunella/Folhapress

O vulcão chileno Puyehue – que entrou em erupção há 11 dias – pode continuar mais uma semana em atividade, com a consequente emissão de cinzas que coloca em colapso o tráfego aéreo no Cone Sul. A afirmação foi feita por Enrique Valdivieso, o engenheiro chileno que comanda o Serviço Nacional de Geologia e Minas, organismo do governo do Chile encarregado de vigiar o comportamento dos vulcões.

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Segundo Valdivieso, os vulcões têm um comportamento imprevisível. O cientista cita o caso de duas erupções anteriores do Puyehue, com durações de duas semanas (em 1961) e dois meses (em 1921). "O vulcão ficou instável. O Puyehue tem lapsos de tranquilidade e de momentos de maior agressividade. Não podemos saber se está em um período de recesso ou se vai aumentar de novo a atividade. Calculamos que o Puyehue terá pelo menos mais sete dias de atividade", disse.

No início da noite de ontem, a Gol e a TAM começaram a retomar voos para Argentina e Uruguai – de acordo com a Gol, citando o bo­­letim de uma consultoria meteorológica, "a densidade da nuvem nas áreas a serem sobrevoadas é cem vezes menor que o limite internacionalmente aceito para que se realizem operações aéreas. Dessa maneira, a Gol encontrou condições de retomar decolagens seguras". Ontem, mais de 30 voos foram cancelados no Brasil até as 18 horas por motivos de segurança, a maioria de São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis e Rio.

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Prejuízos

Fontes das companhias aéreas calculam extraoficialmente que a nuvem de cinzas já provocou prejuízos superiores a US$ 15 milhões para o setor. Em Bariloche, a apenas 90 quilômetros do vulcão, as câmaras empresariais da cidade anunciaram que serão necessários dez meses de trabalho intenso para remover a totalidade das cinzas acumuladas na última semana e meia na área urbana.