Brasília O candidato a presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) propôs a realização de uma prévia na base aliada para a escolha de um candidato único dos partidos aliados ao comando da casa. "No esforço de ter um candidato na base, estou disposto a participar de uma reunião ampla e submeto-me à prévia, ao mecanismo que seja mais límpido. Acho que ganho a prévia", afirmou, na Câmara, depois de um encontro com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Nessa reunião, Chinaglia expôs, novamente, a importância de ter o apoio da bancada da legenda. Ele disse que o PT cederá ao PMDB um dos cargos que tem na mesa diretora em troca da disputa à presidência, dentro da regra da proporcionalidade. De acordo com essa norma, a preferência de escolha das funções da mesa segue o tamanho das bancadas. O PMDB e o PT têm a primeira e a segunda maior bancada, respectivamente.
Chinaglia criticou uma eventual elaboração de carta-compromisso entre o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), candidato à reeleição, e o PMDB. Segundo Rebelo, quem tem condição de produzir o acordo são as duas maiores bancadas (o PT e o PMDB). O entendimento, nos mesmos moldes do proposto pelo PT, prevê a adesão do PMDB à candidatura dele em troca do apoio a um peemedebista para um mandato nos dois anos seguintes.
Segundo Temer, que se reuniu também com Rebelo por cerca de uma hora ontem, "surgiu a idéia" de se propor ao PMDB que os partidos que apóiam a candidatura dele nos próximos dois anos, apóiem um peemedebista para a presidência nos dois anos seguintes. "Ele (Rebelo) pode, eventualmente, fazer uma coisa dessas, dependendo dos partidos", afirmou Temer. Ele disse que a posição da bancada a respeito da sucessão na Câmara será decidida na próxima semana. Na ocasião, segundo o presidente nacional do PMDB, serão debatidas três hipóteses: apoio ao candidato a presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP), adesão ao atual presidente da Câmara ou até uma candidatura própria. Temer, no entanto, ressaltou que a proposta feita pelo PT é "para valer" e que o presidente nacional da legenda, deputado Ricardo Berzoini (SP), lhe telefonou referendando os termos da carta.