São Paulo - Vinte e quatro pessoas ficaram feridas em um confronto entre policiais civis de São Paulo, que estão em greve há um mês, e policiais militares, ontem à tarde, na capital paulista. Cerca de 2,5 mil policiais civis se concentraram por volta das 14 horas no bairro Morumbi, sul da cidade, de onde seguiriam em passeata rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. No caminho, encontraram os policiais militares destacados pela Secretaria de Segurança Pública para impedir que os grevistas chegassem ao palácio, onde fariam uma manifestação por melhores salários.
O governo paulista determinou que os militares montassem barricadas humanas em um raio de dois quilômetros ao redor do palácio. A primeira barreira era formada por policiais do grupo Garra, com 260 homens, 70 viaturas e 50 motos; a seguir foram colocados policiais com cassetetes. A terceira barreira era formada pela Tropa da Choque, autorizada a usar bombas de gás e balas de borracha. A idéia dos grevistas era forçar o governador José Serra (PSDB) a receber uma comissão de negociação.
O confronto começou por volta das 16 horas, na Rua Padre Lebret, no Morumbi. Uma hora antes, 14 representantes dos policiais civis, apoiados por sindicalistas e deputados, aguardavam a vinda de um representante do governo. Após um discurso do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), policiais mais exaltados forçaram o cordão da PM. Depois de passarem pelas barreiras, a Tropa de Choque disparou as primeiras bombas e balas de borracha. Os civis tentaram nova carga; agrediram o tenente Elias Profeta e depredaram viaturas militares. O comandante do policiamento na zona Oeste de São Paulo, coronel Danilo Antão Fernandes, foi atingido por um tiro de calibre 9 milímetros. Os civis dispararam até com fuzis. Pelo menos uma dúzia de viaturas foi danificada.
Policiais Civis hostilizaram policiais militares chamando-os de "vendidos", "pelegos" e "puxa-saco do governo". O governador José Serra (PSDB) também foi acusado de jogar "uma polícia contra a outra" pelos policiais civis. De armas em punho, os policiais apanharam viaturas e rumaram na direção da Tropa de Choque, em uma nova investida, mas foram novamente contidos. Às 17 horas, o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Lemos Freire, ordenou, em vão, que os manifestantes deixassem o local. Os policiais só se dispersaram por volta das 20h30. A PM permaneceu no Palácio.
O governador José Serra estava no Palácio e mantinha contato com o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão. Ele acusou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e deputados do PT e do PDT de incitarem o confronto e reafirmou que não receberá os grevistas enquanto o movimento durar. "Estão aproveitando o momento eleitoral", disse em relação à disputa pela prefeitura de São Paulo, entre Marta Suplicy (PT) e Gilberto Kassab (DEM).
Para os policiais civis, o responsável pelo conflito foi o governador. "Isso foi o resultado da intransigência do governo. Se tivessem recebido uma comissão de policiais antes, isso não teria ocorrido", afirmou o delegado André Dahmer, diretor da Associação dos Delegados.
Os policiais civis reivindicam 15% de reajuste imediato e outros 12% em 2009 e em 2010, a eleição direta para o cargo de delegado-geral e o fim das transferências sem justificativa determinadas pela Delegacia Geral da Polícia Civil. O governo ofereceu 6,2% de reajuste, aposentadoria especial (aos 30 anos de carreira) e o fim de carreiras de menor remuneração.
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