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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Área aberta cumpre função ambiental

De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, os espaços de lazer abertos cumprem um importante papel para a drenagem das chuvas, ventilação, insolação, aeração dos terrenos e, por isso, a cobertura não seria viável.

"Para minimizar o problema, temos, por exemplo, a abertura das escolas para a realização dessas atividades em local com espaço coberto, com o programa ‘Comunidade Escola’. Além disso, estamos ampliando outros pontos que não sejam praças", afirma.

A prefeitura também negocia recursos com o governo federal, por meio do Ministério do Esporte e de emendas parlamentares no orçamento, para a construção de um ginásio municipal no valor de R$ 40 milhões. Ainda não há localização definida.

A falta de iluminação também deve ser solucionada ainda nesta gestão. Segundo ele, 400 postes de iluminação da BR-476, futura Linha Verde, já foram relocados para espaços de lazer na cidade.

Morador da Vila Parolin, o sonho de Gabriel Mendes de Souza, menino franzino de 11 anos, é ter o nome estampado no jornal. Com uma bola na mão e os cabelos loiros despenteados, os olhos dele brilham quando fala na possibilidade de atingir seu objetivo jogando futebol. "Com o futebol eu posso ser jogador, ter um trabalho e o meu nome no jornal. Vão dizer que eu morava na favela, mas venci", planeja.

Gabriel é um dos exemplos de milhares de crianças que vêem no esporte o passaporte para uma vida melhor. Em Curitiba, entretanto, a maior parte da áreas de lazer, principalmente as canchas esportivas públicas, onde ocorrem os treinos, não possui qualquer cobertura. E o que poderia ser só um detalhe, torna-se uma barreira para o desenvolvimento social numa cidade em que chove, em média, em cerca de 41% dos 365 dias do ano, segundo dados do Instituto Tecnológico Simepar.

Gabriel perdeu a mãe para o crack quando tinha 9 anos e o pai para a violência, aos 10, durante um assalto. Longe do passado, ele e outros seis irmãos pensam no futuro que o esporte pode lhes proporcionar, treinando com afinco em uma cancha de areia próxima de casa. A dificuldade, entretanto, é que volta e meia a aula tem de ser cancelada. Sem outras atividades, ele e os amigos acabam ficando na rua e tornam-se alvo fácil do tráfico de drogas.

"Já perdemos muitos moleques para o tráfico de drogas. Aqui (no Parolin) eles se inspiram no bandido mais famoso da favela que matou não sei quantos e nos jogadores de futebol", conta o presidente da Associações de Moradores da Vila Parolin, Edson Pereira Borges. Segundo ele, cerca de 200 crianças fazem aulas de futebol, ocupando o tempo de maneira positiva. "Se estão jogando bola aqui, não estão se envolvendo com o mundo do crime", comenta.

Das 800 áreas de lazer da prefeitura, a maioria não possui cobertura para proteção contra o tempo. Quando chove, as aulas são canceladas, e a garotada tem de arrumar outra forma de ocupar o tempo. E nem sempre o fazem da melhor forma.

Para a professora aposentada de Sociologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Maria Olga Mattar, o esporte poderia fazer toda a diferença no futuro dessas crianças. "Ajuda na auto-estima delas e a torná-las cidadãos de melhor qualidade", afirma.

Na Vila São Pedro, no Xaxim, mesmo com chuva, a programação esportiva não é interrompida. "Jogamos na chuva mesmo, uns ficam doentes, outros não. Quem não fica, volta e joga mais", afirma Dheik Douglas de Oliveira, 15 anos.

Na Praça Menonitas, no Boqueirão, a reclamação da comunidade é em relação à falta de cobertura e iluminação. E, quando chove, as aulas de ginástica para a terceira idade são as mais prejudicadas. Segundo os moradores, tanto a cobertura, quanto a iluminação já foram prometidas pelo poder público.

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