Poucos minutos de uma chuva de granizo no início da noite de segunda-feira (07) foram o suficiente para causar muitos estragos e prejuízos aos moradores de Foz. A região sul da cidade – onde está localizado o bairro Porto Meira – foi a mais afetada, com o destelhamento de 95% de suas residências. A região fica próxima à fronteira com Puerto Iguazú, na Argentina, que também registrou estragos, assim como Presidente Franco, no Paraguai.
Tempestades voltam ao Paraná nesta quinta-feira e atingem o Oeste
Foz do Iguaçu e região devem ficar em alerta pois, segundo o Simepar, vem mais chuva, com risco de granizo, amanhã
Leia a matéria completaEm uma hora choveu o equivalente a 20% da precipitação média histórica do mês de setembro, acumulada em 147 mm. Na região do Aeroporto de Foz do Iguaçu foram 23,2 mm de chuva concentrada em uma hora, com rajadas de vento de 75 km/h entre 20 e 21 horas.
Além de casas, a tempestade também destruiu escolas, comércios, entidades – como o Lar dos Velhinhos – e órgãos públicos – como o 14.º Batalhão da Polícia Militar e o Centro de Socioeducação (Cense). A construção de um edifício de quatro pavimentos, que estava sem fase inicial, também veio ao chão. A chuva também provocou prejuízo aos proprietários de veículos.
Cerca de 9 mil alunos da rede estadual e municipal de ensino estão com as aulas suspensas pelo menos até esta sexta-feira. Além de problemas estruturais nas escolas e creches, a situação das famílias de funcionários e estudantes ainda é vulnerável.
Solidariedade
No Porto Meira, o cenário é de destruição. Os moradores estão assustados e, quase todas as casas, cobertas por lonas pretas. O sol da tarde de quarta-feira (9) serviu para agilizar a limpeza dos terrenos e secar sofás e colchões nas calçadas do bairro.
Para amenizar este sofrimento, já a partir da trágica noite de 7 de setembro uma corrente de solidariedade em torno da causa foi formada na cidade. A busca por lonas – para cobrir os telhados e salvar os móveis – foi a primeira contribuição do povo. Como o estoque da Defesa Civil acabou rapidamente, alguns comerciantes abriram as portas de seus estabelecimentos ainda de madrugada.
Muitos perderam praticamente tudo. Por isso, voluntários se mobilizaram em criar postos de arrecadação de doações ainda na madrugada da tragédia. Logo estes locais se multiplicaram e alguns empresários também se envolveram na causa, se comprometendo em repassar parte de seus lucros aos desalojados.
Na Escola Municipal Adele Zanotto – que foi transformada na Central da Solidariedade e lar temporário de pelo menos duas mil pessoas – as doações não param de chegar.
No local, voluntários preparam cerca de 5 mil refeições por dia. Um grupo de 40 militares do Exército reforça a equipe e ajuda na segurança da região, visto que nas primeiras horas após o temporal houve casos de saque à casas e comércios locais.
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