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Caso Carli filho

Christiane Yared espera que imagem de multa dê novo fôlego às investigações

 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
(Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

A deputada federal Christiane Yared (PTN) disse, em coletiva concedida nessa quarta-feira (20), esperar que a imagem de uma multa de infração de trânsito ocorrida quatro minutos antes e a poucos metros do local do acidente que envolveu o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho e matou seu filho e um outro jovem traga novo fôlego à investigação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que corre paralelamente ao processo criminal contra Carli Filho.

A imagem divulgada pela família Yared mostra uma multa registrada por um radar localizado na altura do número 940 da Rua Ivo Zanlorenzi, cerca de 600 metros depois do local da colisão, à 0h50 do dia 7 de maio de 2009. Para Christiane, a imagem comprovaria que os radares do local estariam funcionando – o que colocaria em xeque o “apagão” nos aparelhos da via, como divulgado após o acidente.

“Nós recebemos essa imagem com estranheza porque, na época, a empresa disse que os radares da via apresentaram problemas e por isso não mostravam o carro [de Carli Filho]. Esse radar em questão era um dos que estariam com problemas. Mas agora temos uma prova de que, quatro minutos antes, o radar estava funcionando”, declarou.

A princípio, a nova informação, que deve ser enviada ao Gaeco ainda hoje, não contradiz a versão apresentada na época pela Consilux, empresa operadora dos radares, de que os aparelhos estariam funcionando intermitentemente naquele dia e, por isso, registraram a passagem de alguns veículos e de outros, não.

“O nosso questionamento é porque naquele dia nenhum radar registrou imagens do carro [de Carli Filho]. Como alguns veículos aparecem e só esse não, durante o dia todo?”, disse.

Procurada, a Consilux informou que o contrato firmado com a Prefeitura de Curitiba foi encerrado em 2009 e que a empresa não possui mais registros sobre os radares em operação na época. A empresa esclareceu que não era responsável pela emissão das multas, apenas repassava as imagens dos equipamentos para a Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran).

Impacto na investigação

A reportagem entrou em contato com o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, para saber se essa multa poderia trazer alguma novidade para a investigação, mesmo tendo sido registrada por um radar localizado após o local da colisão, mas o procurador informou que, até o momento, não tem conhecimento sobre o documento. “Essa informação, no momento, inexiste. Não chegou nada ao Gaeco”, disse.

Ainda que a imagem seja anexada aos autos do processo, não deve implicar nenhuma mudança no processo criminal contra Carli Filho, apenas esclarecer alguns pontos sobre a pane que teria ocorrido nos radares.

O “apagão”

Na época do acidente, os radares das ruas Pedro Viriato Parigot de Souza e Monsenhor Ivo Zanlorenzi, as vias rápidas que cortam o bairro Mossunguê, local do acidente, chegaram a registrar a passagem de centenas de carros nas horas anteriores ao acidente. Mas o carro que estava sendo usado por Carli Filho no momento do choque não constou nos registros, que captam até mesmo os veículos que não excedem o limite de velocidade.

Informações da época apontam que o radar mais próximo do acidente fica na Ivo Zanlorenzi, quase na esquina com a Rua Gra Nicco, a cerca de 600 metros do local da colisão. O aparelho gravou as placas de 210 carros das 23 horas do dia 6 de maio às 2 horas do dia seguinte. Mas deixou de registrar as passagens de carros por uma das faixas. Segundo os relatórios anexados no inquérito, durante três horas a faixa mais próxima do radar não foi trafegada por nenhum veículo.

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