![Na região de Guarapuava, às margens do Rio Jordão, casas estão submersas e a situação ainda deve demorar para ser normalizada | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo](https://media.gazetadopovo.com.br/2014/06/4c37acd158456cf6cc239b1bb6fcbeea-full.jpg)
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Agentes da Defesa Civil ainda contabilizavam na segunda-feira (9) os prejuízos causados pelas fortes chuvas que atingiram o Paraná durante o fim de semana. Estima-se que seja a maior tragédia da história do estado em número de pessoas e cidades afetadas. No último balanço divulgado na tarde de segunda-feira, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil contabiliza 106 mil pessoas afetadas, em 124 municípios, além de 8 mil imóveis danificados e 7.849 pessoas desalojadas.
O governador Beto Richa declarou estado de emergência para 77 municípios e deve incluir, ainda nesta terça-feira (10), outros 50 na mesma categoria inclusive Curitiba, cidade com maior número de atingidos e São José dos Pinhais. São Miguel do Iguaçu e Ortigueira também declararam, por conta própria, estado de emergência. O governo estadual ainda não divulgou uma estimativa financeira dos prejuízos registrados até agora no estado.
No interior, as chuvas comprometeram plantações, derrubaram barreiras e pontes, causando mais de 40 pontos de interdição nas estradas, e afetaram o fornecimento de água e luz. Há seis pessoas desaparecidos e nove mortos. Um deles é Leandro Borodiak, de 26 anos. O rapaz desapareceu no sábado, quando se juntou a um grupo de voluntários. "Ele estava ajudando a tirar todo mundo até 3 da manhã, depois voltou para casa, para retirar as coisas dele. Aí encontraram o corpo lá perto", lamenta Adilson Falcão, voluntário da Pastoral Familiar.
No Centro-Sul, o prefeito de Mallet, Rogério da Silva Almeida, considerou que a enchente foi a "pior da história" do município. Segundo ele, 274 casas foram inundadas e algumas famílias estão abrigadas no ginásio municipal. Almeida relatou prejuízos para ao menos 18 empresários, que tiveram pontos comerciais inundados e perdas em aviários e barracões de fumo. "Só um produtor perdeu 30 mil frangos", comentou.
Prevenção
Atualmente, o Paraná não tem um sistema ideal para prevenir desastres como o do último fim de semana. Hoje, nenhuma equipe de prevenção de desastres no Paraná consegue tomar medidas específicas quando recebe um alerta de chuvas intensas. Não há um mapa suficientemente preciso para informar quais áreas serão afetadas. "Dizer que vai chover 150 milímetros em Curitiba não significa muita coisa. O ideal é saber o que o volume de água representa em uma determinada região, de acordo com o comportamento do rio, por exemplo, e conhecer quais locais precisam ser evacuadas e em quanto tempo", explica o capitão Eduardo Gomes Pinheiro, da Defesa Civil do Paraná. Esse levantamento está em curso e deve ficar pronto em dois anos, conta Pinheiro. O mapeamento está sendo realizado pela Mineropar e pelo Águas Paraná. O projeto, orçado em R$ 30 milhões, inclui a instalação de Centro Estadual de Gerenciamento de Risco.
Seis pessoas estão desaparecidas; nove morreram por causa das chuvas
Chegou a seis o número de desaparecidos por causa das chuvas deste fim de semana no Paraná. Até segunda-feira (9), a Defesa Civil contabilizava apenas uma pessoa desaparecida, em Guarapuava, no Centro-Sul. Contudo, os trabalhos de resgate iniciados nesta manhã apontam que há ainda outras três pessoas sem paradeiro identificado também na cidade, além de um desaparecido em Rebouças, e outro em Altamira.
Além dos desaparecidos, as fortes chuvas que atingem o Paraná também deixaram um saldo de pelo menos nove mortes. Em Guarapuava, duas pessoas morreram, entre elas Leandro Bordiak, 29 anos, que foi levado pela correnteza ao tentar fechar a porta de casa. Duas mortes foram registradas na noite deste sábado (7) na cidade de Medianeira. Andreia Luzia Borgmann da Silva, 20, e o filho Samuel da Silva, de apenas nove meses, retornavam do interior do município no carro da família que era conduzido por Eder Dorvalino da Silva. Ao tentar cruzar uma pequena ponte, o carro foi levado pela correnteza e arrastado por aproximadamente 200 metros.
Em Sulina, no Sudoeste do Paraná, Paulo Inácio Kaling, 39 anos, morreu soterrado após sua casa ser atingida por um barranco que desmoronou.
Outra morte foi registrada por volta das 21 horas de sábado na PR-158, entre Rio Bonito do Iguaçu e Laranjeiras do Sul. Um carro rodou na pista molhada, bateu em uma árvore e caiu em córrego. Três pessoas estavam no automóvel e os bombeiros suspeitam que a passageira Marilei Eva Lambrecht, 41 anos, tenha sido ejetada para fora. O corpo dela foi arrastado pela correnteza por aproximadamente 800 metros.
Em Quedas do Iguaçu, no Centro-Sul do estado, um deslizamento no início da tarde deste domingo destruiu uma casa. Segundo informações do Corpo de Bombeiros local, pelo menos uma pessoa morreu. Outra morte aconteceu em Guaraniaçu.
PR tem 124 cidades afetadas pelas enchentes do fim de semana
Balanço da Defesa Civil do Paraná divulgado às 18 horas desta segunda-feira (9) mostra que já chega a 124 o número de municípios paranaenses atingidos pelas enchentes que assolou o estado desde o fim de semana.
A cidade com o maior número de afetados é Curitiba, onde os temporais atingiram 15.213 pessoas e 3.509 residências. Na capital, 70 pessoas permanecem até esta noite em abrigos. Em Quedas do Iguaçu, na região Oeste, já são 13,5 mil pessoas prejudicadas pela chuva e também pelo forte vendaval que atingiu o município na madrugada deste domingo. O número leva em conta, principalmente, famílias na área rural que estão isoladas, de acordo com o Corpo de Bombeiros da cidade.
Também é grande a quantidade de pessoas prejudicadas na região de Guarapuava, no Centro-Sul, que registra ainda várias interdições nas rodovias locais. Em Bituruna, são 8 mil pessoas afetadas, sendo que mil precisaram ser desalojadas, mas já voltaram para suas casas. Em Irati, duas mil pessoas tiveram problemas por causa do mau tempo. Na cidade, 1,5 mil moradores ainda permanecem em abrigos organizados pelo município.