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Chuvas causaram muitos estragos nas cidades da região Sudoeste do Paraná.
- RPC TV
No Aeroporto de Cascavel uma aeronave foi arrastada pelo vento
- RPC TV
Em Almirante Tamandaré, um barracão desabou em cima de uma casa por conta das chuvas.
- RPC TV
Chuva deve continuar no fim de semana
O tempo segue instável no Paraná e as chuvas devem continuar durante o fim de semana. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, neste sábado (24), as chuvas serão moderadas, mas no domingo (25), o Litoral e a região Oeste devem sofrer com pancadas mais intensas.
As pancadas que têm causado muitos estragos no Paraná são atípicas. Da noite de quinta-feira (22) até as 18 horas da sexta-feira, o volume de chuva em Curitiba foi de 65 mm, mais que a metade do volume estimada para o mês, que é de 100 mm. Na região metropolitana, Pinhais registrou o maior volume de chuva: foram 150 mm.
As chuvas que atingiram o Paraná afetaram diretamente 70 mil pessoas em 24 cidades do estado, de acordo com relatório da Defesa Civil divulgado na tarde desta sexta-feira (23). O vento forte também derrubou árvores e destelhou casas.
Um rapaz de 23 anos está desaparecido em Curitiba. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele caminhava sobre as tubulações da Sanepar no Rio Atuba, no Bairro Alto, quando foi levado pela enxurrada. As buscas foram suspensas no final da tarde e devem ser retomadas na manhã do sábado (24).
Pelo menos 1.837 residências sofreram danos. Colombo, na região metropolitana de Curitiba, foi uma das mais afetadas. A cidade tem mais de 4 mil desabrigados e desalojados. Alguns moradores do município resolveram protestar contra as inundações e bloquearam um trecho da BR-476. Os motoristas ficaram impedidos de trafegar nos dois sentidos da rodovia por duas horas.
Em todo estado, a chuva deixou 4.718 pessoas desalojadas (encaminhadas para casas de parentes) e 791 desabrigadas (encaminhadas para abrigos públicos). Apesar dos estragos, não houve registro de mortes.
Foram afetadas: Curitiba, Almirante Tamandaré, Cascavel, Pato Branco, Palmas, Francisco Beltrão, Barracão, Araucária, São José dos Pinhais, General Carneiro, Marmeleiro, Colombo, Salgado Filho, Campo Mourão, Vera Cruz do Oeste, Santa Tereza do Oeste, Pinhais, Manfrinópolis, Chopinzinho, Morretes, Rio Branco do Sul, Prudentópolis, Campina Grande do Sul e Bom Jesus do Sul.
Emergência
A prefeitura de Pinhais, na região metropolitana, decretou estado de emergência em razão das fortes chuvas. Apenas nesta sexta-feira (23), choveu o estimado para o mês inteiro.
Capital
Em Curitiba, 45 mil pessoas sofreram com a queda da energia elétrica. De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), 213.740 residências ficaram às escuras, entre Curitiba, região metropolitana e litoral. Na manhã desta sexta, 12 mil domicílios permaneciam com o fornecimento de energia interrompido . Parte dessas residências já estava com a energia elétrica restabelecida, mas 7,8 mil domicílios permanecem sem luz. A Copel admite a possibilidade de o fornecimento ser normalizado apenas no sábado (24). Por volta das 18h30, a companhia atendia a 270 ocorrências.
A rede elétrica foi muito afetada e os reparos são naturalmente demorados. O mau tempo prejudica ainda mais o trabalho dos técnicos. De acordo com a Copel, estes casos estão relacionados a ocorrências em que houve danos, como queda de postes ou rede afetada pela queda de árvores.
O Hospital Milton Muricy, na Cidade Industrial, teve o fornecimento de energia elétrica interrompido por cerca de 17 horas. O religamento foi feito às 11 horas desta sexta, mas o atendimento não foi prejudicado, segundo a assessoria de imprensa, porque o hospital conta um gerador independente para suprir eventuais quedas de energia e manter o ritmo de funcionamento e os atendimentos.
A Defesa Civil registrou, em Curitiba, 56 casos de destelhamentos e 27 quedas de árvores. No bairro Xaxim, um reservatório chegou a cair em um condomínio, mas não houve feridos. A situação foi considerada crítica nos bairros Fazendinha, Portão, Capão Raso, Novo Mundo, CIC, Uberaba, Pinheirinho, Tatuquara, Campo Comprido, Vila Fanny, Xaxim e Boqueirão.
Alagamentos
As duas regionais mais afetadas foram a do Boa Vista e do Cajuru. Foram registrados alagamentos em pelo menos 140 residências dos bairros Boa Vista, Atuba e Bairro Alto, segundo a Defesa Civil de Curitiba. Já existem quatro endereços preparados para receber os desabrigados, mas apenas quatro pessoas foram para o Centro de Educação Integrada Bela Vista do Paraíso, no bairro Santa Cândida, por volta das 17 horas. Na Regional Cajuru, são 40 casas com problemas de alagamento. Desde a noite de quinta-feira (22), 100 ocorrências foram atendidas até as 17 horas.
Segundo a moradora do Atuba, Cláudia Santos Ferreira, por volta das 8 horas desta sexta casas da Rua Alegria foram alagadas depois que o Rio Atuba transbordou. Ela relata que moradores não conseguiram suspender os móveis a tempo e a inundação gerou prejuízos. "Alguns moradores estão ilhados e há casas em que a água chega até a porta", contou.
No Bairro Alto, a moradora da Rua Epaminondas Santos, Márcia Gabriela Moreira, também teve sua residência inundada na manhã desta sexta. Ela conseguiu remover parte dos móveis para o segundo andar da casa, mas eletrodomésticos, como geladeira e máquina de lavar, foram atingidos pela água que invadiu a residência. "Foi de repente e não está dando para passar na rua. Parece uma correnteza", descreveu. De acordo com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), nenhuma adutora da região se rompeu e nenhuma reclamação foi registrada.
Providência
Em nota, a prefeitura de Curitiba afirmou que vai transferir emergencialmente 51 famílias que vivem na Vila Higienópolis, no Bairro Alto, próximo ao rio Atuba. Elas vão se mudar para o empreendimento Moradias Faxinal, que está sendo construído pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) no bairro Santa Cândida e vai acolher 421 famílias. A Cohab vai oferecer apoio de transporte e mão-de-obra para a mudança.
O Parque Barigui também ficou alagado, entretanto, de acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, a situação é considerada normal, porque uma das funções do parque é receber água que escoam de ruas próximas, impedindo que elas alaguem. Ainda segundo a assessoria, o Barigui faz parte da mesma bacia de retenção dos parques Tingüi e Tanguá e é o último a receber toda a água das chuvas.
Aos poucos, a água deve escoar por um vertedouro, normalizando a situação. A partir de então, equipes da prefeitura devem promover a limpeza do local para que o parque volte a ser utilizado normalmente pela população.
Trânsito
Além de prejudicar a visibilidade dos motoristas, a chuva também afetou semáforos, causando transtornos diretos ao trânsito. Durante a madrugada desta sexta-feira, 40 semáforos chegaram a ficar desligados, segundo a Diretoria de Trânsito (Diretran). Até o meio-dia, os sinaleiros de sete cruzamentos estavam fora de operação.
De acordo com a Diretran, no Novo Mundo, os semáforos de quatro cruzamentos da Rua Irmã Paulina não estavam funcionando. No Juvevê, os sinaleiros da Rua Manoel Eufrásio com a Campos Sales também estavam desligados, por conta da queda de uma árvore. Os da Avenida Santa Bernadete com a BR-476, na Vila Fanny, também estavam fora de operação. Assim como os equipamentos do cruzamento entre a Avenida Juscelino Kubistchek com a Rua Acioli Filho. No início da tarde, por volta das 13h30, os semáforos já estavam em funcionamento.
Por volta das 18 horas, dez semáforos na Avenida Paraná, entre os terminais do Boa Vista e Santa Cândida, estavam desligados por falta de energia elétrica.
Árvores caídas
No Bacacheri, uma árvore de grande porte caiu na Rua México e obstruiu o trânsito. A designer Sabrina Olivetti, que trabalha na região, fotografou a ocorrência. De acordo com ela, por volta das 11h30, a via ainda estava interditada. "Apesar de nenhum carro ter sido atingido, está complicado para quem mora ou trabalha na rua chegar aqui. Como a rua tem outras árvores grandes com raízes estourando as calçadas, a gente teme que outras árvores também caiam", disse.
Na noite de quinta-feira (22), no Xaxim, uma ambulância do sistema de saúde de Curitiba que transportava oito pessoas perdeu o controle e colidiu contra um muro. Uma idosa de 74 anos morreu na hora e sete pessoas ficaram feridas, duas com gravidade. Uma ambulância da concessionária Autopista Planalto Sul também perdeu o controle, enquanto transitava pela Linha Verde. O veículo transportava três funcionários da concessionária, mas ninguém ficou ferido.
Região Metropolitana
Em Almirante Tamandaré, um barracão de dois andares de uma serralheria desabou. De acordo com informações do telejornal ParanáTV 1ª Edição, da RPC TV, a estrutura já estava com rachaduras e passava por reformas para abrir mais um andar no subsolo. Na hora do desabamento, todos conseguiram sair a tempo.
O barracão caiu em cima de parte da casa da vendedora Luana Pancheske. A cozinha e o quarto da mãe, que já havia saído para trabalhar, foram destruídos. Durante o acidente, Luana estava dormindo na parte que não foi atingida. A vendedora ainda não sabe onde a família vai ficar.
Cascavel
Pelo menos 80 residências foram destelhadas em Cascavel, na região Oeste, afetando diretamente cerca de 300 pessoas. Segundo a Defesa Civil, os ventos passaram de 100 quilômetros por hora. Pela manhã, os agentes atendiam novas chamadas.
A chuva provocou o cancelamento de oito voos no Aeroporto Municipal. A cobertura do prédio foi danificada e destroços foram lançados na pista do terminal. A força do vento chegou a movimentar uma aeronave de 50 toneladas que estava na pista. O avião girou cerca de 90 graus. A cauda da aeronave ficou danificada. Interior
Nas regiões no Sudoeste e Centro-sul a chuva já dura dois dias. Em Francisco Beltrão, 280 domicílios foram atingidos, deixando 450 pessoas desalojadas e 400 desabrigadas. Em Palmas, 100 pessoas estão desalojadas e 40 ficaram desabrigadas. No município, a chuva afetou 150 residências. Em General Carneiro, o balanço da defesa civil aponta 80 desalojados e 50 desabrigados. A água e o vento danificaram 74 casas.
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