A chuva do começo da tarde de ontem deixou os moradores dos condomínios próximos ao Ribeirão do Müller, no bairro Fazendinha, em Curitiba, apreensivos. O temor era de que a cena de terça-feira se repetisse, quando por causa de uma chuva de 20 minutos, por volta das 17 horas, o volume do córrego subiu e chegou aos apartamentos térreos.
Para chegar até o apartamento do representante comercial Paulo Renato dos Santos Soares, a água teve de percorrer um trajeto de aproximadamente 50 metros. A água entrou em infiltrações da parede, bem como pela porta da frente. "Tive que retirar todo o piso de madeira que estragou", relata Soares. Só no piso, o prejuízo ficou próximo de R$ 3 mil.
A auxiliar administrativa Tihoko dos Santos foi obrigada a chamar o reboque da seguradora para levar seu Ford Ka, ano 2004, ontem. Como estava em viagem, Tihoko foi uma das moradoras que não conseguiu tirar o carro da garagem a tempo. O carro ficou todo molhado e cheio de barro por dentro. "Nem tentei ligar o motor."
Os moradores suspeitavam de que o problema teria sido causado pelo rompimento de uma barragem dentro do Centro Universitário Positivo (UnicenP), no Campo Comprido. A reportagem acompanhou técnicos da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos (Suderhsa) na verificação da barragem. Entretanto, nenhum problema foi constatado. "O problema foi o grande volume de água da chuva somado ao lixo que se acumulou no ribeirão", explica o engenheiro civil Paulo Keil, do Departamento de Hidrologia da Suderhsa. Já a prefeitura informa que, desde janeiro, instala muros de arrimo nas margens do córrego para evitar alagamentos e erosão.
