A tempestade que atingiu Curitiba no fim da tarde desta quinta-feira (3) deixou o Centro Cívico em uma situação caótica. Moradores, pedestres e motoristas ficaram atônitos diante dos reflexos da forte chuva que alagou pontos de ruas, destelhou casas e derrubou árvores e postes, bloqueando ruas e provocando um apagão elétrico. Houve queda de granizo e há relatos de que um vendaval em forma de redemoinho atingiu a região.
Com os semáforos desligados e poucos agentes de trânsito, o tráfego fluía com dificuldade em toda a região. Nas rótulas e cruzamentos, carros e motocicletas disputavam passagem, em meio a buzinaços. Mesmo com as sirenes ligadas, ambulâncias, bombeiros e carros da Defesa Civil não conseguiam furar o congestionamento. Por volta das 18 horas, com parte dos sinaleiros voltando a operar, o engarrafamento se estendia por todo o bairro.
Quem ia a pé também encontrava dificuldade para atravessar a rua ou para pegar ônibus. Nos pontos e tubos, as pessoas se amontoavam, tentando fugir da chuva e com a expectativa de tomar o próximo coletivo. "Vai ser difícil chegar em casa hoje. Parece o fim do mundo", disse Lídia Lemos, que, com sombrinha em mãos, apertava o passo.
Destruição
O temporal também arrancou incontáveis árvores na região do Centro Cívico. Na Praça Nossa Senhora de Salete, o cenário era desolador: vários troncos caídos, em meio a galhos e folhagem que se espalharam. Dois postes de iluminação também cederam à força da intempérie. O vento também arrastou uma cabine de vigilância.
Em frente ao Palácio das Araucárias, um pinheiro de grande porte foi derrubado pela tempestade, arrastando um poste e a fiação elétrica. A árvore caiu sobre três carros, que estavam estacionados. Na esquina do prédio entre as ruas Ernani Santiago de Oliveira e Jacy Loureiro de Campos , os bueiros não deram conta de escoar a água e um alagamento interditou o cruzamento. Ainda assim, alguns carros tentaram passar.
"Foi tudo muito rápido. Pela janela, eu vi que tudo ficou branco. Depois, veio o vendaval. O vento rodava, em um grande redemoinho. Parecia um tornado", descreveu Maria Lúcia de Queiroz, síndica do prédio que fica no cruzamento. Quem saía à calçada ficava com água à altura dos joelhos. "O fosso do elevador está cheio de água. Deve ter queimado", completou.
Na Rua Lysímaco Ferreira da Costa, pelo menos quatro árvores caíram, interditando dois pontos distintos da via. Em uma deles, uma árvore de grande porte atingiu dois carros que estavam estacionados. Mais adiante, a tempestade derrubou outras duas árvores, que destruíram fios de alta tensão. "Só Deus pra saber quando a luz vai voltar", disse o funcionário de uma terceirizada que presta serviços à Copel, que pediu para não ser identificado.
Na Cândido de Abreu, pelo menos dois carros foram atingidos por árvores dentro de estacionamentos. Na entrada do Banco do Brasil também foram registradas quedas de árvores, que impediam a entrada e saída de veículos. Próximo ao Shopping Mueller, parte da estrutura de um prédio em construção ficou em destroços. Adiante, na Rua Riachuello, o vento removeu o toldo metálico de uma lanchonete. Do outro lado da rua, a funcionária de uma loja de móveis usava um balde para retirar a água que inundou o estabelecimento.
Granizo
Os moradores do Centro Cívico também se assustaram com a quantidade de granizo que se precipitou sobre a região durante o temporal. Mais de uma hora depois da tempestade, as pedras de gelo ainda se acumulavam no pátio de um estacionamento, na Rua Matheus Leme. O funcionário do estabelecimento, Aparecido Alves da Silva, tentava remover os blocos, que enchiam as mãos. Apesar disso, ele comemorava por não ter registrado estragos. "Só saíram duas telhas de zinco, mas nenhum carro que estava aqui foi estragado", disse.
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