As chuvas que atingem o Paraná desde a tarde desta sexta-feira (20) já causaram estragos em pelo menos 16 municípios do estado. A maior parte das cidades afetadas até o momento está concentrada nas regiões Sul e Sudoeste, onde a instabilidade predomina há mais tempo.
De acordo com a Defesa Civil, até às 20h30 deste sábado, 20.864 pessoas já tinham sido afetadas pelas chuvas no Paraná. Pela manhã, esse número era de 10,5 mil. O tempo deixou ainda 5.401 residências danificadas. Apesar dos estrados, segundo o órgão, ainda não há informações de desabrigados e desalojados.
Por enquanto, a cidade que mais sentiu os efeitos da chuva no estado foi Corbélia, no Oeste, que teve dezenas de casas danificadas na área rural e urbana. Conforme o Instituto Tecnológico Simepar, o temporal que atingiu o município veio acompanhado de granizo, o que contribuiu para agravar a situação.
Equipes do Corpo de Bombeiros de Cascavel, Toledo e Umuarama foram mobilizadas para ajudar nos reparos dos danos. De acordo com o tenente Guilherme Rodrigues de Lima, do Corpo de Bombeiros, foram distribuídos 85 rolos de lona para moradores que tiveram o telhado de suas residências danificadas. Carros estacionados na rua também foram danificados pelas pedras de granizo e algumas de lojas desabaram.
À tarde, a equipe da Defesa Civil de Curitiba foi acionada para enviar lona à cidade, já que o estoque utilizado pela corporação local já é insuficiente. Devem sair da capital nas próximas horas pelo menos 70 lonas para cobrir as casas destelhadas em Corbélia.
A Defesa Civil informou também que duas edificações comunitárias ficaram danificadas em Francisco Beltrão, no Sudoeste. Porém, o proprietário das construções já teria arrumado os estragos.
Até a noite deste sábado, duas cidades já haviam solicitado a documentação necessária para decretar estado de emergência:Corbélia e Prudentópolis.
Leste
Apesar de grande parte dos estragos terem sido registrados na região Sul e Sudoeste, foi a parte Leste paranaense que teve o maior volume de chuva registrado até a tarde deste sábado. De acordo com o Simepar, Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, registrou até as 16 horas deste último dia de inverno 28,4 milímetros (mm).
Paranaguá, no Litoral, chegou a acumular 23,6 mm, enquanto em Curitiba choveu 18,44 mm. Mesmo com acúmulo mais intenso, a Defesa Civil informou que ainda não há registro de estragos causados pelo excesso de precipitação nessas regiões.
O Corpo de Bombeiros de Curitiba informou que não foi acionado durante o dia para atender ocorrências relacionadas à chuva. Reportagem veiculada pelo telejornal PR TV 2ª edição mostrou, no entanto, que a Rua José de Alencar, no bairro Alto da XV, registrou alagamento temporário.
Raios
De acordo com informações do Simepar, as tempestades deste sábado vêm acompanhadas de um número elevado raios. O instituto computou 6,5 mil raios apenas em uma hora (entre 18h45 e 19h45) principalmente na região central do Paraná.
Santa Catarina já tem 210 desalojados
Em Santa Catarina, já subiu para quase dois mil o número de pessoas desalojadas por conta do tempo instável que predomina em boa parte do Sul do país.
De acordo com a Secretaria de Defesa Civil catarinense, a região do Vale do Itajaí é a mais prejudicada pelas fortes chuvas das últimas horas, sendo que o município de Rio do Sul é o que mais teve pessoas desalojadas até o momento: 210 famílias desalojadas, equivalente à mil pessoas.
Até o início da noite deste sábado, 24 municípios já tinham registro de alguma ocorrência por causa das chuvas.
O volume de chuva nos últimos dois dias em SC foi equivalente à chuva média esperada para todo o mês setembro, informou a Defesa Civil estadual. As chuvas mais significativas ocorreram do Meio Oeste ao Norte e Sul de SC.
No estado, a precipitação deve se intensificar no domingo (22). De acordo com previsão do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometereologia de Santa Catarina (Ciram), a chuva deve parar na segunda-feira (23). Ainda assim, há risco de deslizamento até quarta-feira, dia 25.