São Miguel do Oeste, na região de Guaraciaba, no Oeste de Santa Catarina: ventos acima de 130 km/h| Foto: Francine Cadore/RBS

PR tem 41 municípios atingidos

As fortes chuvas que caíram a partir da noite de segunda-feira atingiram 41 municípios do Paraná. Aproximadamente 2 mil casas ficaram destelhadas, atingindo cerca de 7 mil pessoas. Em Primeiro de Maio, na Região Norte do estado, a chuva com ventos fortes derrubou árvores e danificou o galpão onde ocorria uma festa de rodeio na noite de segunda-feira. Catorze pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas a hospitais de Londrina e Ibiporã. Três em estado grave.

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Instabilidade vai até sábado

O tempo continua instável em toda a Região Sul do país até o próximo sábado. No Paraná, há previsão de temporais na Região Norte e nas áreas de fronteira nesta quarta. No Rio Grande do Sul, a expectativa é de muita chuva no sábado. Na maioria dos municípios, no entanto, a chuva deve ser menos intensa.

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Tornado mata 10 em província argentina vizinha do Brasil

Um tornado arrasou ontem parte da Argentina, deixando dez mortos na província de Misiones, que faz fronteira com o Brasil. Entre as vítimas, sete são crianças, segundo o diretor da Defesa Civil argentina, Ricardo Veselka Corrales. Mais de 50 pessoas ficaram feridas.

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Guaraciaba, a 60 quilômetros da fronteira com a Argentina: 4 mortos e 64 pessoas feridas
Confira a destruição causada nos estados do Sul e em São Paulo

Pelo menos sete pessoas morreram e 150 ficaram feridas por causa da chuva que atingiu as regiões Sul e Sudoeste do país desde a noite de segunda-feira. Quatro estados – São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – registraram prejuízos e problemas provocados pelos temporais e vendavais que varreram a região. Deslizamentos em São Paulo deixaram três mortos e outras três pessoas desaparecidas. O extremo Oeste de Santa Cata­rina foi atingido por um tornado, que pode ser o mesmo que causou estragos na província de Misiones, na Argentina, com 10 mortos. A região de Guaraciaba, no Oeste, a 60 quilômetros da fronteira com a Argentina, foi a mais atingida. Quatro pessoas morreram, 64 ficaram feridas e 70% das residências foram danificadas. As vítimas são uma criança de 9 anos, uma mu­­lher e dois idosos. Quarenta feridos foram hospitalizados.

A Defesa Civil do estado decretou situação de emergência em seis municípios: Santa Terezinha do Progresso, São Domingos, Vargeão, Vargem Bonita, Dionísio Cerqueira e Ipuaçu. Guaraciaba decretou estado de calamidade pública. Até agora, 45 municípios sofreram com o temporal no estado. De acordo com a Defesa Civil, 6,7 mil pessoas foram desalojadas ou ficaram desabrigadas. Além disso, 138 ficaram feridas. Quator­ze cidades foram isoladas por conta do mau tempo. Cerca de 1,5 mi­­lhão consumidores ficaram sem energia elétrica no estado.

"Tudo leva a crer que tenha sido um tornado devido à magnitude da destruição. Foi algo assombroso", afirmou o diretor do Depar­ta­mento Estadual da Defesa Civil, major Márcio Luiz Alves.

Alves afirmou que a Defesa Ci­­vil do estado não previu ventos com tal intensidade. "Tínhamos a certeza de que teríamos a entrada da frente fria, com granizo e vento forte, mas infelizmente foi algo de magnitude superior ao que se imaginava", reconheceu o major.

Feridos pela força do tornado relataram o horror a socorristas do Hospital São Lucas, onde foram atendidos. "Um dos pacientes disse que ficou assustado depois de ver uma pessoa ser levada pelo vento, no ar. Um outro disse que uma das portas da casa dela abriu com o vento e uma criança que estava próxima foi arremessada para o outro lado do cômodo por uma rajada de vento", contou Tânia Procknow, enfermeira-chefe do hospital.

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Deslizamentos

Em São Paulo, três pessoas morreram e seis continuavam soterradas até as 20h30, após a queda de um muro de uma escola, na zona leste da capital. Entre os mortos, duas crianças (Itaquera) e uma mulher (Osasco). Mas pode haver mais vítimas. Pelo menos dois socorridos pelos bombeiros estavam em estado grave. Os bombeiros retomariam as buscas por três crianças que ainda estavam desaparecidas na madrugada desta quarta-feira.

Em um dos momentos mais graves, cerca de 3 mil atendimentos dos serviços 190 e 193 deixaram de ser feitos, por causa de uma pane no sistema telefônico.

E foi mais um dia de caos no trânsito. A Marginal do Tietê transbordou pela primeira vez desde 2005. Houve 86 pontos de alagamento – 24 intransitáveis, segundo a Defesa Civil do Município –, o trânsito ficou acima da média desde 8 horas. O pico de lentidão ocorreu às 19 horas: 160 km.

No aeroporto de Congonhas, as operações foram suspensas durante grande parte da manhã. Durante a tarde, as filas de passageiros em espera eram imensas também no aeroporto internacional de Cum­bica, em Guarulhos. Praticamente a metade dos voos atrasou até o meio da tarde. Os reflexos foram sentidos principalmente nos aeroportos do Rio e no de Campinas, para onde as aeronaves acabaram sendo desviadas.

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A cidade de São Paulo nunca registrou tanto volume de chuva em setembro em apenas 24 horas desde que o Instituto Nacional de Meteorologia começou a medir a precipitação, em 1943. A média para o mês inteiro é de 74 mm. Só ontem foram registrados 70 mm.

Rio Grande do Sul

Cerca de 1,5 mil gaúchos estão desabrigados e 1,2 casas foram destelhadas no Rio Grande do Sul, primeiro a ser atingido pelo vendaval. Os municípios de Itaara, Victor Graeff, Frederico Westphalen de­­cretaram situação de emergência após serem atingidos por vendavais e chuva de granizo.

No município de Itaara, mil ca­­­sas foram destelhadas e choveu gra­­­nizo. A prefeitura recorreu à De­­­fesa Civil de Santa Maria para pedir doações de lona para os moradores.