A madrugada desta quarta-feira (14) promete um espetáculo digno de Natal com a tradicional chuva de meteoros Geminíadas e a última edição da Superlua do ano. Os moradores das faixas Oeste, Norte e Noroeste do estado terão condições de observar o encontro atmosférico com precisão. No entanto, moradores de Curitiba e do Litoral, novamente, não têm o que comemorar. De acordo com o Simepar, a concentração de umidade na faixa Leste do Paraná tem favorecido a formação de nuvens, fenômeno que deve se concentrar na área ao menos até a próxima sexta-feira (16).
“A princípio, nós devemos ter bastante nuvens em Curitiba. Tempo bem aberto, ideal para esse tipo de observação, é muito difícil de acontecer ainda nesta terça. Inclusive podemos ter alguma chuva no final da tarde e Curitiba pode ficar ainda mais cinzenta”, explica Lizandro Jacobsen, meteorologista do Simepar.
O fenômeno deve começar às 18h30 com a Superlua e se estende até a madrugada de quarta-feira (14), entre 2h e 4h, com o espetáculo de luzes dos meteoros.
Superlua
Se você perdeu a Superlua de 14 de novembro, a maior em quase 70 anos, prepare-se para a noite desta quarta-feira (14), se as condições meteorológicas estiverem favoráveis: entre 19h30, quando o satélite começa a aparecer no horizonte, e o ápice da fase cheia, às 22h, a lua estará 30% mais brilhante e 14% maior que a versão habitual. “A Superlua dessa madrugada será relativamente grande”, alerta Dietmar William Foryta, professor de física e especialista em astronomia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O fenômeno é relativamente normal e acontece quando a lua cheia está no perigeu (ponto mais próximo em relação à Terra) - essa distância varia em torno de 360 mil quilômetros e, na Superlua de novembro, foi de 356 mil quilômetros. No apogeu (ponto mais distante entre planeta e satélite), a distância é de 405 mil quilômetros.
“A lua tem a mesma relação de distância de um carro. Se coincidir de termos ela a uma distância menor, e na fase cheia, temos Superlua. É igual a aproximação de um carro e sua relação de tamanho de longe e de perto. Os gregos já acreditavam que esse é um fenômeno atmosférico. Isso é bem perceptível”, conta Foryta. Segundo ele, que reside em Curitiba, esse fenômeno será “visto pelos outros”.
A Superlua desta madrugada será a terceira deste fim de ano: contando a de 14 de novembro, quando o satélite natural da Terra iluminou o mundo, e o fenômeno de 16 de outubro, que foi visto em apenas alguns lugares. A próxima Superlua deve ocorrer apenas em dezembro de 2017, mas as mais aguardadas estão previstas para 2034 e 2052 – nesse último ano, os 356.429 mil quilômetros de distância serão o menor caminho entre Terra e Lua em um século.
Chuva de meteoros
O espetáculo da Superlua vai dividir a cena, e talvez roubar o protagonismo, com a chuva de meteoros Geminíadas, que ocorre sempre perto do Natal e tem seu auge entre os dias 13 e 14 de dezembro. O fenômeno está estimado para as 22h desta terça-feira (13), mas entre 2h e 4h de quarta-feira (14) pode ser enxergado com mais exatidão do Brasil.
Com o brilho da Superlua, no entanto, alguns meteoros podem ficar ofuscados. A Agência Espacial Americana (Nasa) recomenda justamente a ausência quase total de luz, e o afastamento das grandes cidades, para observar a chuva com mais facilidade. Será a oitava chuva de meteoros do ano e a primeira que coincide justamente com o brilho intenso da lua.
A Geminíadas ocorre sempre entre os dias 9 e 19 de dezembro e deve ser mais intensa que a chuva anterior, de Leônidas, em novembro. Serão cerca de 120 meteoros por hora durante o pico, ou seja, sob escuridão total, há chance de se observar mais de um meteoro por minuto. Os pontos de luz também tendem a aparecer mais alto no céu conforme as horas avançam. Como os meteoros cruzam o espaço a uma velocidade muito alta, de 130 mil km/h, só é possível observá-los a olho nu. É a chuva mais intensa do ano depois de Perseidas, de agosto.
Essa “tempestade” ocorre quando a Terra passa pela esteira de detritos deixada pelo objeto 3200 Faetonte, asteroide de cinco quilômetros de extensão. Para o astrônomo da UFPR, esse fenômeno está ligado a uma “trilha de destroços”. “Os cometas perdem uma cola de poeira, de rochas. Eles vão deixando um monte de poeira pelo caminho. Os meteoros são esses destroços. Quando eles atravessam a atmosfera, se transformam em fenômeno luminoso”, explica Foryta.
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