Araucária cai em casa na Rua Olindo Sequenil, no Pinheirinho: bombeiros atenderam ocorrências na zona Sul da cidade| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Previsão: Vem mais chuva por aí

As chuvas devem continuar intensas hoje em todo o estado. De acordo com o Instituto Meteorológico Simepar, a causa das chuvas fortes é uma frente fria que veio do sul e está passando pelo Paraná. O encontro da massa fria com o ar quente que estava sobre o estado fez com que as chuvas ficassem intensas. Para o fim de semana, a previsão é de que o tempo continue instável. Apesar disso, de acordo com o Simepar, as chuvas devem diminuir de intensidade.

No interior do estado, a chuva já dura dois dias. As regiões Sudoeste e Centro-Sul são as mais atingidas até o momento. Foram afetadas cerca de 2 mil pessoas, segundo a coordenadoria da Defesa Civil estadual. As cidades mais atingidas são Francisco Beltrão, Palmas, Salgado Filho, General Carneiro e Pato Branco.

Só em Francisco Beltrão, quatro bairros estão alagados. Foram atingidas 550 casas, deixando cerca de mil pessoas desabrigadas. Em General Carneiro, a rua principal está alagada e 40 residências foram afetadas por causa da chuva.

Ontem choveu em Pato Branco e em União da Vitória cerca de 150 mm, o que equivale à média mensal para a região.

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Pelo menos 184 mil pessoas ficaram sem energia elétrica ontem em Curitiba por causa da tempestade que atingiu principalmente a região Sul da cidade. O Corpo de Bombeiros registrou 46 pedidos de ajuda apenas nos primeiros minutos do temporal, que começou por volta das 18h30 – a maioria das ocorrências era de queda de árvores, casas destelhadas e alguns pontos de alagamento. Segundo a Copel, 45 mil pessoas continuavam sem luz às 22h30.

A companhia informou que 29 bairros ficaram sem energia elétrica. A Avenida Marechal Floriano Peixoto ficou às escuras depois do viaduto da Linha Verde. Os terminais de ônibus do Carmo e do Capão Raso também ficaram sem luz. Os passageiros que saíram do trabalho e pegaram o movimento intenso de retorno para casa tiveram de ter paciência e esperar no escuro – estações-tubo também ficaram sem energia.

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Todas as unidades do Corpo de Bombeiros se envolveram nos trabalhos de ajuda à população e não havia mais viaturas disponíveis para o atendimento. Houve registros de queda de árvores e destelhamento nos bairros. A situação era considerada crítica nos bairros Fazendinha, Portão, Capão Raso, Novo Mundo, CIC, Uberaba, Pinheirinho, Tatuquara, Campo Comprido, Vila Fanny, Xaxim e Boqueirão.

Muitas árvores caíram. Na Rua Waldomiro Lourenço Campos, no Xaxim, uma árvore interditou a meia-pista da via e a causou um acidente, sem feridos. "O motorista da frente parou e eu não vi. Estava tudo escuro e sem luz, não consegui frear", disse o condutor Eduardo Hipólito.

Ainda no Xaxim, uma araucária ameaçava cair em cima de uma casa. Na residência de Ivo de Oliveira, também no bairro, as telhas levantaram e ele teve de improvisar com lonas. "Sorte que tinha lona em casa. Moro há 35 anos aqui e nunca tinha visto uma chuva tão forte", afirmou.

Segundo o Instituto Tecno-lógico Simepar, entre 19 horas e 19h15 choveu cerca de 13 milímetros, metade do volume registrado no dia. "O problema não foi o volume de chuva, mas o pequeno intervalo de tempo em que ela se concentrou", explicou a meteo-rologista do Simepar Sheila da Paz. A Guarda Municipal também registrou casos de alagamento no Bairro Novo.

Na casa de Tatiane dos Santos, o vento forte chegou por volta das 18 horas. Apenas 20 minutos depois, toda a casa estava destelhada: só a cozinha, que fica mais isolada, não molhou. "Foi um barulho terrível. Tenho dois filhos, um de 8 e outro de 2 anos. Eles começaram a chorar e o mais velho correu porque disse que aqui iria acontecer como no Rio de Janeiro. Estava com medo que viesse tudo abaixo", contou Tatiane. Logo depois de as telhas levantarem, a sala e os quartos ficaram encharcados com a água da chuva. A vazão de água chegou a se acumular no chão. "Só consegui salvar o computador e a televisão. O resto está tudo molhado", conta. Ta­­tiane mora na Rua Olindo Se­­quenil, no Pinheirinho, um dos mais atingidos pela tempestade. Na rua dela havia árvores caídas e fios de energia elétrica arrebentados. "Pedi para os bombeiros trazerem lona, mas como eles ainda não chegaram, chamei os parentes. Os vizinhos também ajudaram, agora vamos ver onde vamos dormir", disse Tatiane por volta das 21 horas.

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