Jacarezinho Uma tempestade que durou cerca de nove horas, no domingo, obrigou o prefeito de São José da Boa Vista (Norte Pioneiro), Dilceu Bonna (PSDB), a decretar estado de emergência no município, que fica na divisa com o estado de São Paulo. O temporal, que começou às 8 horas, destruiu 41 das 90 pontes sobre os rios que cortam o município. Cerca de 70% da população (ao todo são 6 mil pessoas) está isolada.
De acordo com o prefeito, a situação é crítica. Duas casas desmoronaram, 20 ficaram inundadas e outras 30 foram danificadas. A cidade está sem água desde domingo e as 52 famílias (208 pessoas) que tiveram de deixar suas casas foram abrigadas em alojamentos improvisados pela prefeitura e pela Defesa Civil. Apesar dos estragos, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil não registraram feridos.
São José da Boa Vista é cortada por mais de uma dezenas de rios e córregos. O principal deles, o Rio da Pesca, que cruza a área urbana da cidade, subiu quase nove metros e invadiu as residências próximas.
Porém, segundo Bonna, a situação é mais crítica na zona rural. O escoamento da produção de leite, base da economia do município, está comprometida. Sem pontes e estradas, os produtores rurais não estão conseguindo distribuir a produção de aproximadamente 25 mil litros de leite coletados diariamente.
A prefeitura, juntamente com produtores, está construindo acessos provisórios desde o fim da tarde de on-tem e usando toras de eucaliptos para poder tirar o leite das propriedades rurais. "Além disso, famílias inteiras que vieram de outras regiões passar o fim de ano com parentes que vivem na zona rural não têm como voltar pra casa porque as pontes estão destruídas", explica o prefeito.
Bonna acredita que sejam necessários R$ 2 milhões para recuperar o que foi destruído com a chuva. Para ele, a situação levará três meses para ser normalizada.
O prefeito também criou comissões para mapear os estragos e o grau de risco dos pontos mais atingidos pelas chuvas. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, choveu em São José da Boa Vista 250 milímetros, o que corresponde ao índice pluviométrico médio dos últimos quatro meses na região. O prefeito pretende ir hoje a Curitiba para tentar conseguir recursos do governo estadual para reconstruir a cidade.