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A Defesa Civil de Santa Catarina informou pouco antes das 17h desta terça-feira (8) que mais de 64 mil pessoas de 37 cidades foram afetadas pelas fortes chuvas que atingem o estado.

Quatro cidades decretaram situação de emergência - Santa Terezinha do Progresso, São Domingos, Vargeão e Vargem Bonita, segundo a Defesa Civil. Mais cedo, o prefeito de Guaraciaba informou que decretou situação de calamidade pública.

A Defesa Civil informou que não foi oficialmente informada sobre a situação de Guaraciaba, mas disse que isso ocorre porque a administração pode estar mais voltada para resolver os problemas da população e, por esse motivo, pode ainda não ter tido condições de oficializar a situação.

Guaraciaba, com 10 mil habitantes, é o município com situação mais crítica, onde quatro pessoas morreram na madrugada desta terça.

Segundo a Defesa Civil, nas 37 cidades, mais de 1,2 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.

Entre as demais cidades atingidas, a maioria - entre elas Joinville, Blumenau e Itajaí - teve prejuízos considerados leves pela Defesa Civil, como destelhamentos e quedas de árvore. No entanto, nesses locais não foram registradas vítimas fatais.

O secretário da Defesa Civil Estadual, major Márcio Luiz Alves, informou ao G1 nesta terça que tentou ir a Guaraciaba de avião no início desta tarde, mas não conseguiu pousar. Ele tentou em bases nas cidades de Chapecó e São Miguel do Oeste, que ficam perto de Guaraciaba. Uma nova tentativa será feita na quarta (9), informou.

"Tentamos chegar, mas não foi possível de maneira alguma. Equipes estão indo por terra para avaliar os estragos no local", afirmou o major.

Segundo ele, o governador do estado, Luiz Henrique da Silveira, deve tentar visitar o local na quarta, já que a estimativa é de melhora do tempo na região.

O secretário da Defesa Civil afirmou que a situação no estado é bem menos grave do que o registrado no fim do ano passado, quando mais de 120 pessoas morreram em razão das fortes chuvas.

No entanto, o major destaca que o quadro pode piorar se a chuva persistir. "No ano passado, aconteceu após quatro meses de chuva com pico em novembro. Mas é claro que podemos ter um agravante na situação atual se a chuva persistir."

A Defesa Civil estima que o prejuízo seja "considerável", mas que ainda está contabilizando os estragos. "Não conseguimos recuperar as casas dessa forma. O que estamos fazendo é cobrindo com lona", contou.

Situação

Os ventos com velocidade acima de 120 quilômetros por hora e os temporais que atingiram Santa Catarina na madrugada desta terça-feira (8) poder ter sido resultado da passagem de um tornado, segundo a meteorologista Gilsânia Cruz, da Empresa de Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Ciram).

"Tudo indica que foi um tornado. Não temos ainda como afirmar com certeza, porque não conseguimos chegar à cidade, mas pela análise de fotos e imagens é muito provável que seja um tornado", diz Gilsânia.

De acordo com a especialista, ferros retorcidos, casas totalmente destruídas e árvores grandes arrancadas do chão são sinais de que um tornado teria atingido a cidade catarinense.

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