A chuva que caiu em Curitiba no começo da noite de ontem pode não ser suficiente para interromper o rodízio no abastecimento de água em Curitiba, mas, pelo menos para o Corpo de Bombeiros, ela pôde ser considerada uma "bênção", segundo o tenente Leonardo dos Santos, relações públicas da corporação. Por volta das 18 horas, quando começaram a cair as primeiras gotas na cidade, eram 20 os focos de incêndio ambiental simultâneos em Curitiba. Depois de duas horas de chuva fraca, os focos de incêndio eram apenas seis. "Para nós essa chuva veio na medida certa. Entre quinta-feira e hoje (ontem), tivemos 48 horas infernais, com uma média de dois atendimentos por hora", explica Leonardo.
Na quinta-feira, foram 48 atendimentos a incêndios ambientais em Curitiba. Na mesma época, no ano passado, a média era de cinco atendimentos por dia.
Ontem, eles passaram dos 60, com duas mortes registradas em decorrência do fogo em Curitiba e Região Metropolitana.
Por volta das 16h30, no fim da Rua Ana Maria Maeder Mansur, em um beco na Vila Osternack, no bairro Boqueirão, a menina Ágata Cristy, 3 anos, que dormia com a mãe na sala da residência, morreu carbonizada.
O fogo começou na cozinha e rapidamente se espalhou. Vizinhos tentaram avisar, mas o fogo já tinha tomado toda a casa. Segundo relatos, a mãe conseguiu pular pela janela. "Ainda tentamos tirar a menina, mas o fogo não deixou", conta a madrinha da criança, Evanir Félix. "Chegamos a quebrar o cano para tentar apagar o fogo, mas estávamos sem água", relata o tio da menina, David Roberto Moura. O fogo se alastrou para outras duas casas, que também foram destruídas.
Informações do Corpo de Bombeiros dão conta de que um homem de 46 anos morreu em um incêndio na Rua Nicarágua, no bairro Jardim Bela Vista, em Colombo.
O número excessivo de atendimentos ainda fez com que um carro do Corpo de Bombeiros chegasse para controlar o fogo em uma residência na rua João Miqueleto, no Boqueirão, sem água. O fogo que começou no mato se alastrou para uma casa. Quando outra viatura chegou, com água, cerca de uma hora depois da chamada, o local tinha sido consumido. "É bem provável que o primeiro carro tenha chegado de um outro atendimento para avaliar a situação e tentar o controle do fogo. Mas não devia haver água suficiente para isso", disse Eduardo Pinheiro. Segundo ele, o grande número de ocorrências está diretamente ligado ao clima, que tem se apresentado seco, com uma umidade relativa do ar bastante comprometida.
A preocupação dos bombeiros reside no fato de que, com o mato seco, o fogo se alastra rapidamente e o que era um foco pequeno de incêndio na vegetação pode gerar uma tragédia. "Fazemos o alerta porque residências podem ser atingidas. No caso de ser de madeira fica ainda mais perigoso. Há ainda risco de que as pessoas se machuquem ao tentar controlar o fogo", disse.
Pinheiro relatou que não é só em Curitiba que o problema vem sendo enfrentado diariamente pela corporação. "O estado inteiro apresenta altos índices de combustibilidade nas matas", ressaltou. As regiões mais propensas são os Campos Gerais, perto de Ponta Grossa, e ainda Londrina e Maringá e região.
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