Chuva forte mata criança e causa estragos no litoral de SP

A forte chuva que atingiu o litoral norte do Estado de São Paulo na noite desta sexta-feira (22) deixou uma pessoa morta e outra ferida no bairro de Boiçucanga, na costa sul de São Sebastião. Pelo menos 20 famílias ficaram desabrigadas e foram levadas a um estádio municipal da região. A situação foi mais grave na região do Beira Rio, onde pelo menos oito casas de alvenaria foram totalmente destruídas pela força da correnteza. Foi essa pressão da água que causou a morte da jovem Tainá Simões, 11.

A garota estava com a mãe em casa, tentando se proteger da chuva e do alagamento. Elas moram perto de um rio.De acordo com informações da Defesa Civil, a mãe havia saído por alguns instantes da casa quando a moradia foi completamente levada pela água, com a criança dentro.

Um carro e uma moto da família também foram carregados. Durante a noite, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros começaram as buscas pela criança, que teve o corpo localizado horas depois.A mãe de Tainá também quase foi levada pela enxurrada, mas conseguiu se segurar numa árvore e ficar no local por cerca de 20 minutos, até receber a ajuda de vizinhos.

Ela sofreu diversas escoriações e foi encaminhada ao pronto-socorro de Boiçucanga, onde permanece em observação, mas não corre risco de morrer.Apesar de a chuva ter atingido todo o litoral norte, as praias de Cambury, Boiçucanga e Maresias -que pertencem ao município de São Sebastião- foram as mais atingidas. Nessas praias, a chuva começou por volta das 18h45 e seguiu por mais de duas horas.

A enxurrada bloqueou ruas e pontes e cobriu trechos da rodovia SP-55, única via de acesso à região. Ao menos nove embarcações que estavam atracadas no Rio da Barra, em Boiçucanga, viraram. Os píeres foram danificados, mas os barcos puderam ser recuperados pelos proprietários.

Três pequenas pontes foram arrancadas pela correnteza, o que deixou centenas de famílias sem acesso às regiões do Sítio do Cacau e Piavú, em Cambury, e ao Beira Rio, em Boiçucanga. Por conta dos estragos, moradores desses bairros se mobilizaram desde a madrugada deste sábado, para colaborarem com as ações de limpeza e auxílio às pessoas mais afetadas pela chuva.

Das 20 famílias que ficaram desabrigadas, nove continuam recebendo apoio em um ginásio esportivo municipal, no bairro.As demais começaram a voltar para suas casas na manhã de sábado. A Defesa Civil já está fazendo um levantamento sobre os riscos das casas que sofreram ações da chuva, mas que não foram completamente destruídas. Nos casos em que forem constatados problemas estruturais, haverá a interdição.