O sexto boletim de balneabilidade, divulgado na tarde desta quarta-feira, mostra que a situação ficou caótica no Litoral do Paraná. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), apenas 14 dos 53 pontos monitorados estão próprios para banho. Em Matinhos, nove pontos estão impróprios e apenas um com condição para banho. A melhor situação é na Ilha do Mel, com um ponto impróprio dos cinco monitorados.
No site oficial do governo do estado, o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, justifica os dados dizendo que a ocorrência das chuvas fortes na véspera da coleta das amostras influênciou o resultado. "A chuva transportou para o mar esgotos que estavam retidos nos canais e galerias pluviais e aumentando significativamente o número de pontos impróprios", explicou. "A baixa capacidade de retenção das fossas sépticas dos imóveis e o lançamento irregular de esgoto contribuiu para o acúmulo de esgoto nas galerias, que também foi levado ao mar pelas chuvas", acrescentou o secretário.
O diretor de Estudos e Padrões Ambientais do IAP, Celso Bittencourt, responsável pela análise da qualidade da água, explica que para um ponto ser considerado impróprio o resultado da amostra tem que apresentar mais de 2 mil coliformes fecais por 100 mililitros.
Além dos pontos impróprios, o IAP considera como área de risco permanente, e que devem ser evitadas pelos banhistas, outros 15 locais: no Rio Farol e Pontinha (Ilha do Mel), Rio Olho dÁgua (Pontal do Paraná), Rio Matinhos (Matinhos), Canal Caiobá e Canal Praia Mansa (Caiobá), Rio Brejatuba, Rio do Tenente, Canal Eliane/Nereidas e Canal Avenida Centenário (Guaratuba), Baía de Antonina e Rio do Nunes (Antonina), Porto de Cima, Largo Lamenha Linse e Rio Marumbi (Morretes).
Ainda de acordo com Bittencourt, "nos pontos de risco a concentração de esgotos e coliformes apresenta índices superiores a 100 mil coliformes fecais por 100 mililitros".
O IAP alerta que tomar banho em água contaminada pode causar doenças como gastrenterite, infecções nos olhos, ouvidos e garganta, e doenças de pele. Doenças mais graves também podem ser transmitidas através da água, como hepatite A, cólera e febre tifóide.