Fortes temporais entre a noite de sábado e a manhã de ontem causaram uma morte e muito estragos em cidades do Paraná e Mato Grosso do Sul. Em Campo Mourão, na Região Central paranaense, caiu granizo por cinco minutos por volta das 21h30. Pelos menos 2,3 mil residências foram danificadas e seis pessoas se feriram aao tentar consertar telhados, segundo a Defesa Civil local.
Em Ponta Porã (MS), um índio de 45 anos foi atingido por um raio e morreu na Aldeia Lima Campo, a 60 km da cidade. Na capital Campo Grande, a chuva começou por volta de 8h15 e durou pouco mais de 20 minutos. O vendaval destelhou casas, danificou a estrutura de uma festa no Parque de Exposições Laucídio Coelho e derrubou seis torres de transmissão de energia elétrica. Cerca de 8,4 mil imóveis ficaram sem luz.
Prejuízo
No município paranaense, as ruas ficaram repletas de pedras de gelo. A chuva derrubou árvores, muros e outdoores, e danificou veículos estacionados em avenidas e ruas. Além disso, deixou parte da cidade sem energia elétrica por várias horas. Um velório teve de ser transferido, depois que o granizo entupiu as calhas e o peso da água fez o teto do imóvel desabar. Ninguém se feriu.
No bairro Jardim Aeroporto, uma casa pegou fogo após a chuva de granizo. Os vizinhos contaram que enquanto o morador se deslocou até o centro de Campo Mourão para buscar lona no Corpo de Bombeiros, um curto-circuito queimou toda a residência. "Deu dó, o dono da casa era muito esforçado, agora perdeu tudo", disse a empregada doméstica Isabel Vieira, que teve parte do telhado de sua residência destruído pelo granizo.
Segundo levantamento da Defesa Civil, os estragos maiores ocorreram em bairros afastados do centro, onde a maioria das casas usa cobertura de amianto. Da noite de sábado até a tarde de ontem, cerca de 1,8 mil pessoas procuraram os bombeiros em busca de lonas. A Defesa Civil de Maringá encaminhou 40 bobinas de lona, com 50 metros cada uma, para ajudar a população de Campo Mourão. "Todo o material foi doado em menos de duas horas", disse o bombeiro Wilson Costa.
Por causa da grande quantidade de casas atingidas, a Defesa Civil montou 15 equipes de voluntários para percorrer os bairros e fazer um levantamento dos estragos. "Estamos pedindo aos moradores para aguardar em suas casas, pois as equipes vão até os locais averiguar a situação das residências. Por causa da chuva, os moradores devem evitar consertar os telhados, o risco de queda é grande", disse um membro da Defesa Civil.