Após o susto, o granizo fez a alegria das crianças, em Campo Mourão: quintais e ruas ficaram repletas de pedras de gelo| Foto: Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo

Medo

"Foram minutos de pânico", diz testemunha

O pedreiro Emílio Ferreira dos Santos, que teve todo o telhado de sua casa em Campo Mourão quebrado pelo granizo, não acreditava no que tinha acontecido.

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Ponta Porã

Alta incidência de raios

Depois de uma estiagem de 60 dias, choveu forte ontem no Mato Grosso do Sul. Além do forte vento, as descartas elétricas foram intensas ao longo do dia. Um dos raios matou um homem de 45 anos em Ponta Porã, que é o quarto município com maior incidência de raios no estado, de acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Ontem, dos 7.231 raios que caíram no Mato Grosso do Sul até as 18h30, 354 atingiram Ponta Porã. A última morte causada por um raio na cidade foi em 2007, quando uma mulher de 30 anos foi atingida. Outras duas mortes ocorreram em 2005: um homem de 27 anos e outro de 54 anos. Campo Grande lidera o ranking com oito mortes nos últimos dez anos.

Morador mostra os estragos do granizo: chuva durou cinco minutos

Fortes temporais entre a noite de sábado e a manhã de ontem causaram uma morte e muito estragos em cidades do Paraná e Mato Grosso do Sul. Em Campo Mourão, na Região Central paranaense, caiu granizo por cinco minutos por volta das 21h30. Pelos menos 2,3 mil residências foram danificadas e seis pessoas se feriram aao tentar consertar telhados, segundo a Defesa Civil local.

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Em Ponta Porã (MS), um índio de 45 anos foi atingido por um raio e morreu na Aldeia Lima Cam­­po, a 60 km da cidade. Na ca­­pital Campo Grande, a chuva co­­meçou por volta de 8h15 e durou pouco mais de 20 minutos. O vendaval destelhou casas, danificou a estrutura de uma festa no Parque de Exposições Laucídio Coelho e derrubou seis torres de transmissão de energia elétrica. Cerca de 8,4 mil imóveis ficaram sem luz.

Prejuízo

No município paranaense, as ruas ficaram repletas de pedras de gelo. A chuva derrubou árvores, muros e outdoores, e danificou veículos estacionados em avenidas e ruas. Além disso, deixou parte da cidade sem energia elétrica por várias horas. Um velório teve de ser transferido, depois que o granizo entupiu as calhas e o peso da água fez o teto do imóvel desabar. Ninguém se feriu.

No bairro Jardim Aeroporto, uma casa pegou fogo após a chuva de granizo. Os vizinhos contaram que enquanto o morador se deslocou até o centro de Campo Mourão para buscar lona no Corpo de Bom­­beiros, um curto-circuito queimou toda a residência. "Deu dó, o dono da casa era muito esforçado, agora perdeu tudo", disse a empregada doméstica Isabel Vieira, que teve parte do telhado de sua residência destruído pelo granizo.

Segundo levantamento da Defesa Civil, os estragos maiores ocorreram em bairros afastados do centro, onde a maioria das casas usa cobertura de amianto. Da noite de sábado até a tarde de ontem, cerca de 1,8 mil pessoas procuraram os bombeiros em busca de lonas. A Defesa Civil de Maringá encaminhou 40 bobinas de lona, com 50 metros cada uma, para ajudar a população de Campo Mourão. "Todo o material foi doado em menos de duas horas", disse o bombeiro Wilson Costa.

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Por causa da grande quantidade de casas atingidas, a Defesa Civil montou 15 equipes de voluntários para percorrer os bairros e fazer um levantamento dos estragos. "Estamos pedindo aos moradores para aguardar em suas casas, pois as equipes vão até os locais averiguar a situação das residências. Por causa da chuva, os moradores devem evitar consertar os telhados, o risco de queda é grande", disse um membro da Defesa Civil.