Chuva não esvazia cemitérios

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Mesmo com chuva, os curitibanos não deixaram de visitar os cemitérios no Dia de Finados. Durante a manhã de ontem, muita gente saiu de casa com guarda-chuva para levar flores e homenagens a familiares e amigos que já morreram.

Nos principais cemitérios da cidade, o movimento começou ainda na sexta-feira. Grande parte das pessoas adiantou o compromisso de limpar os túmulos e enfeitá-los para a data. O tempo bom no sábado ajudou para que muita gente antecipasse a visita ao cemitério. "Acho que na sexta cerca de 20% das sepulturas já estavam com flores. Ontem (sábado), que fez sol, creio que esse número já era de 60%. Ficou para hoje (ontem) só que não pôde vir nos outros dias ou que sente um compromisso em vir na data", avalia o responsável pela floricultura do Cemitério Parque Iguaçu, Henrique Corte.

Por volta das 10h30 da manhã de ontem, muitos visitantes circulavam pelo gramado do cemitério. Entre eles a família de Marlene Stephanes, que tem os pais enterrados no local. "Geralmente a gente vem um dia antes, esse ano resolvemos vir no dia mesmo", comenta. Além do feriado de finados, a família costuma ir ao cemitério também em outras datas festivas, como dia dos pais, das mães e aniversários. "Mas acho que não precisa de uma data, quando bate tristeza ou saudades, a gente vem", diz.

Para organizar o trânsito, a Urbs montou uma operação especial e reforçou as linhas de ônibus que passam pelas proximidades dos cemitérios. Foram disponibilizados 80 ônibusextras e criadas quatro linhas especiais. Em alguns cemitérios foram estabelecidas entradas especiais e bloqueadas algumas áreas de estacionamento para facilitar a circulação de veículos. No Cemitério Parque Iguaçu, a entrada era feita pela Avenida Cândido Hartmann e a saída pela Nicolau Gravina, que ficou em mão única. No Cemitério Municipal São Francisco de Paula os agentes isolaram as áreas de estacionamento. A medida desagradou os vendedores de flores com comércio na Rua Benvindo Valente. "Sem poder estacionar aqui na frente complica para nós", lamentou Diodete Ferreira da Silva, sócia de uma floricultura em frente ao cemitério. Para a data, a prefeitura liberou 86 vagas para vendedores de velas e flores.

No Cemitério Municipal São Franciso de Paula , o túmulo de Maria Bueno foi o mais visitado. A expectativa era de que 3 mil pessoas passassem pelo local. Debaixo do guarda-chuva, Rosalina do Nascimento orava agradecendo pelas graças recebidas. "Vim agradecer e fazer um pedido. Tenho fé que serei atendida", contou emocionada enquanto enxugava as lágrimas do rosto. Sem familiares enterrados no Cemitério Municipal, ela foi especialmente homenagear Maria Bueno. A jovem, que foi assassinada por um homem apaixonado, é considerada santa e responsável por muitos milagres.

No Cemitério Municipal da Água Verde, o maior movimento era esperado para o período da tarde. Uma missa celebrada pelo padre Reginaldo Manzotti, às 15 horas, reuniu cerca de 2 mil pessoas. No Cemitério Parque Iguaçu, a missa que estava marcada para as 10 horas e seria celebrada ao ar livre teve que ser transferida para a capela.

De acordo com a prefeitura de Curitiba, aproximadamente 100 mil pessoas passaram pelos quatro cemitérios municipais – São Francisco de Paula (Centro), da Água Verde (Zona Sul), do Boqueirão (zona Sul) e de Santa Cândida (Zona Norte) – de sexta-feira a domingo.