No Litoral do Paraná, a chuva acumulada entre os dias 1º e 26 de dezembro superou o dobro da média histórica para o mês. Segundo os dados do Simepar, a estação de Guaratuba registrou precipitação de 540 mm, contra os 240 mm esperados. A instabilidade é decorrente do fenômeno El Niño, que tem provocado fortes chuvas no Paraná desde novembro, e deve permanecer atuante todo o verão.
O tempo chuvoso também afeta os estados próximos e o Paraguai, a Argentina e o Uruguai. As tempestades dos últimos dias deixaram 170 mil desabrigados nos três países vizinhos. De acordo com o meteorologista Samuel Braun, do Simepar, essa instabilidade atmosférica já vem afetando o Paraná há semanas. Em Foz do Iguaçu, o volume acumulado de chuva até o dia 26 chegou a 352 mm, contra 190 da média histórica.
“O El Niño facilita o ingresso do calor e umidade desde o Norte, chegando pelo Paraguai. Mas, às vezes, o que causa tanto alagamento e transtorno não é exatamente o volume de chuvas nesse país, mas as cheias dos rios no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, que vão desaguar no Paraguai”, observa Braun. Por isso, diz ele, as condições nos países vizinhos não causam preocupação extra.
O instituto meteorológico do Paraguai (Direccion de Meteorologia e Hidrologia) registrou precipitação acumulada de 300 mm a 400 mm entre 1º e 23 de dezembro nas regiões mais afetadas do país.
Previsão
A previsão para este domingo em Curitiba é de chuvas mais fracas, em comparação com os dois últimos dias. Mas, nos próximos dias, a instabilidade atmosférica continua afetando todo o Paraná. Há previsão de calor, umidade e chuvas com trovoadas. “A formação de chuvas é muito aleatória, com pancadas ocasionais, por isso pode chover muito em uma cidade e em outra próxima não”, explica o meteorologista. Em Paranaguá e Ponta Grossa, por exemplo, o volume de chuvas neste mês está próximo ao da média histórica.