Áreas de instabilidade devem persistir em todas as regiões do Paraná até a próxima quarta-feira (18). Apesar de impedirem a diminuição mais rápida dos níveis dos rios que transbordaram e causaram uma das piores enchentes do estado na semana passada, a estimativa é de que estas pancadas de chuvas não atinjam intensidade alarmante, devendo oscilar em alguns municípios entre fracas e moderadas.
Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, mesmo que em menor proporção, a metade sul paranaense é a região com maior chance de chuva, ou seja, o tempo segue instável justamente em áreas em que ainda há alagamentos, como Rio Negro, União da Vitória e São Mateus do Sul. Nestas cidades, a previsão é de as precipitações comecem a partir da noite desta segunda-feira (16), e se concentrem principalmente entre a tarde e a noite dos próximos dois dias. Na quarta-feira, podem ainda aumentar as chances de trovoadas.
A Defesa Civil do Paraná alerta, inclusive, para o risco de novos temporais com ventos nas cidades da região Sudoeste do Paraná, como Pato Branco e Francisco Beltrão, ao longo desta segunda (16) e da terça (17).
O tempo deve ficar instável também na região metropolitana de Curitiba e no Litoral. Por isso, o sol deve ser escasso até o meio da semana. Nesta terça-feira (17), os termômetros variam entre 13°C e 21°C na capital, 17°C e 22°C em Paranaguá e 15°C e 22°C em Cascavel.
Na região Norte e Nordeste, que também enfrentarão eventos isolados de chuvas neste início de semana, as máximas até quarta-feira ficam em torno dos 24°C em Londrina, Apucarana, Umuarama e Maringá.
Já a partir de quinta-feira (19), as temperaturas começam a cair em todo o estado. A sexta-feira após o feriado de Corpus Christi deve ter máxima de 20°C em Foz do Iguaçu, 17°C em Matinhos e de 12°C em Palmas. Os termômetros também não devem passar dos 15°C em Ponta Grossa, Guarapuava e em Curitiba, que terá frio na casa dos 10°C.
Situação segue crítica em algumas cidades do PR
Depois de alguns dias de trégua, a chuva voltou a causar estragos em algumas cidades do Paraná neste final de semana. A pior situação dentre as cidades já atingidas é a de União da Vitória (Sul do PR), pois o Rio Iguaçu ainda não baixou e vários pontos da cidade estão alagados. Segundo o diretor de Operações da Defesa Civil no município, Marco Antônio Coradin, o rio voltou a subir com as últimas chuvas e está com altura de 8,11 metros sendo que a média normal é de 2,5 m.
"A Defesa Civil está tranquilizando a população porque estamos no pico da enchente. A altura da água ainda vai permanecer elevada por um ou dois dias, mas depois disso irá baixar e voltar ao normal dentro de alguns dias", sustenta. Ainda há 560 pessoas em abrigos públicos e 13 mil desalojadas.
A situação também é complicada na Região Oeste. A chuva do final do dia na última sexta-feira (13) causou o alagamento de pelo menos 700 casas em Foz do Iguaçu, atingindo cerca de três mil moradores. Em menos de três horas, caíram 80 milímetros de chuva na cidade. Segundo a Defesa Civil, dois abrigos públicos chegaram a ser montados, mas nenhuma pessoa precisou ser encaminhada para algum deles. Ainda de acordo com o órgão, cerca de 60 cestas básicas foram distribuídas à população mais afetada no último sábado (14). Dentre as áreas mais atingidas estão o Jardim Primavera e o Jardim Universitário. Uma nova chuva atingiu a cidade no meio da tarde desta segunda (16), mas, segundo a Defesa Civil local, não chegou a causar novos estragos.
A 40 km de Foz, em São Miguel do Iguaçu, a chuva de sexta (13) fez com que alguns pontos da cidade voltassem a ficar alagados. Segundo a Defesa Civil local, dez pessoas precisaram ser levadas para abrigos, mas retornaram para suas casas ainda no sábado (14). Os locais mais atingidos por esta última chuva foram o Jardim Social e o Jardim São Cristóvão.
Em Pato Branco (Sudoeste), uma queda de energia provocou a interrupção no fornecimento de água durante o final de semana. Segundo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), o abastecimento voltou ao normal na madrugada desta segunda-feira (16). Uma chuva acompanhada de um vendaval provocou dois destelhamentos e quatro quedas de árvore na cidade durante a madrugada de sábado (14).
O distrito de Uvaia, na zona rural de Ponta Grossa (à beira da rodovia BR-373) tem cerca de 20 casas alagadas, segundo o coordenador da Defesa Civil da cidade, coronel Edimir de Paula. As casas atingidas ficam muito próximas do rio Tibagi, cuja altura está 10 metros maior do que o normal. Na tarde deste domingo (15), a chuva provocou destelhamento em oito casas do Residencial Califórnia, também em Ponta Grossa. Segundo a Defesa Civil do Estado, não foram registrados estragos significativos em outros pontos do Paraná neste final de semana.
De acordo com a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), cerca de 500 unidades consumidoras estão sem luz. A empresa não especificou as regiões onde há o problema, mas afirma que é um número residual a maioria resultante dos estragos do último fim de semana e que a situação deve ser normalizada até esta terça (17).