As chuvas do domingo e de ontem adiaram em pelo menos uma semana o início do possível racionamento de água em Curitiba e na região metropolitana. A Sanepar cogitava a hipótese de adotar um sistema de rodízio de abastecimento na capital a partir da próxima segunda-feira. Mas a chuva que caiu na região melhorou a vazão dos rios e o nível dos reservatórios a ponto de garantir cerca de dez dias de fornecimento. A economia de água que a população começou a fazer também contribuiu. Os curitibanos diminuíram cerca de 7% do consumo.
A melhora das perspectivas de abastecimento fez com que a Sanepar desmarcasse a reunião agendada para a sexta-feira, na qual se decidiria sobre o racionamento. Ainda não há uma nova data para a decisão. Avaliações diárias sobre a capacidade de abastecimento dos mananciais estão sendo feitas pela Sanepar.
O gerente da Sanepar em Curitiba e na região metropolitana, Antônio Carlos Gerardi, explica que a chuva dos dois últimos dias aumentou a vazão dos rios abaixo das represas. Isso vai assegurar que, por pelo menos cinco dias, a água usada para o abastecimento possa ser retirada dessas bacias hidrográficas. Os reservatórios da região, portanto, poderão ficar armazenando água por pelo menos cinco dias. Na somatória, o volume total da chuva dos últimos dias será suficiente para dar um fôlego de dez dias ao sistema de abastecimento.
Apesar disso, o racionamento ainda não está descartado. O principal reservatório de água para o abastecimento público da região metropolitana e de Curitiba, o do Rio Iraí, responsável por 45% da água fornecida aos curitibanos, no dia 22 do mês passado estava com um volume de água equivalente a 38% de sua capacidade. Na semana passada, o nível caiu para 34,8%. E, ontem, o volume chegou a 34,1%, apesar da chuva (veja quadro). Se o volume do Iraí baixar de 30%, diz Gerardi, o racionamento terá de ser decretado de maneira preventiva, para evitar uma crise de abastecimento.
Segundo ele, se as condições climáticas continuarem favoráveis (há previsão de chuva para o próximo fim de semana) e a população aumentar a economia de água, o risco de racionamento poderá inclusive vir a ser descartado. Girardi lembra que o ideal é que a redução do consumo seja de 20% o equivalente a 56 litros por pessoa diariamente. "Isso significa reduzir em sete minutos o tempo de banho. Se a pessoa toma um banho de 15 minutos, tem de passar a ficar 8 minutos no chuveiro", diz o gerente da Sanepar.