A chuva também atingiu São Paulo ontem e provocou pelo 17 pontos de alagamento, atrapalhando o trânsito| Foto: Nilton Fukuda/Agência Estacdo

Rio de Janeiro - Pelo menos 30.036 pessoas estão desalojadas (em casas de parentes ou amigos) e 2.155 ficaram desabrigadas (perderam suas casas e estão em abrigos públicos) por causa das chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro na última semana. Doze cidades estão em estado de emergência e o município de Cardoso Moreira (a 330 km da capital) segue em estado de calamidade. Dos 12 mil habitantes do município, 10 mil foram afetados: tiveram de sair de casa, têm dificuldades para se deslocar ou sofrem com a falta d’água.

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Os principais transtornos foram causados pelas cheias dos rios Muriaé, Paraíba do Sul e Pomba, que recebem água da chuva em Minas Gerais e chegam ao Rio com um volume muito acima do normal. Em Campos (a 286 km da capital), um homem está desaparecido. Em Saturnino Braga, distrito de Campos, três crianças, duas de 8 anos e uma de 10 anos, morreram afogadas na tarde de sexta-feira, em uma vala formada em uma área escavada.

Os municípios em situação de emergência são Porciúncula, Natividade, Laje do Muriaé, Itaperuna, Santo Antônio de Pádua, Aperibé, São Fidélis, São João da Barra, Cambuci, Italva, Bom Jesus de Itabapoana e Campos dos Goytacazes.

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Alagamentos

A chuva deu uma trégua ontem, mas o alagamento das regiões norte e noroeste do estado não diminuiu e há perspectivas de piora nos próximos dias. Os temporais da semana passada foram tão intensos que arrebentaram diques da região, elevando o nível dos rios e alagando bairros inteiros. "Tem muitos diques sendo destruídos. Não há nem como contabilizar", disse o comandante da Defesa Civil em Campos dos Goytacazes, Henrique Oliveira.

Campos está sendo atingida pelas águas do rio Muriaé, afluente do rio Paraíba, cuja enchente está sendo agravada pelo rompimento dos diques. "Temos famílias com casas completamente alagadas e esperando em cima das lajes por socorro. O que nos resta agora é resgatá-las com a ajuda dos helicópteros."

Ontem, a Marinha do Brasil anunciou que vai utilizar dois helicópteros, dez embarcações e quatro caminhões de cinco toneladas, apropriados para o trânsito em terrenos alagados. Em todo o estado trabalham 50 militares e 350 homens do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Um hospital de campanha será montado em Cardoso Moreira.

Minas Gerais

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Em Minas Gerais, a chuva causou a interrupção de um trecho da BR-494, entre as cidades de Carmo da Mata e Oliveira, centro-sul do estado. Parte de uma ponte caiu e os motoristas tiveram de fazer um desvio de aproximadamente 60 quilômetros. O trecho deverá ser reconstruído em 40 dias, mas ainda há riscos de desabamentos. De acordo com o boletim da Defesa Civil divulgado ontem, há 4.594 desabrigados no estado. Outras 27.791 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas e 13 morreram. Em São Paulo, a chuva de ontem provocou pelo menos 17 pontos de alagamento em várias regiões da capital.

Previsão

O coordenador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Rio, Luiz Carlos Austin, não descartou novos temporais nos próximos dias. Ele lembrou que ontem foi o primeiro dia do verão, época do ano conhecida por pancadas de chuvas. De acordo com o Inmet, ainda há previsão de pancadas de chuvas.

Rio de Janeiro e Espírito Santo devem registrar elevação de temperatura nos próximos dias. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o calor pode resultar em pancadas de chuva.

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